Campus e Comunidade

Trajetória científica e tecnológica da Europa em análise numa aula do Técnico

Sessão foi conduzida por Manuel Heitor, professor e investigador do Técnico e antigo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

“O que é que vocês pensam da Europa? O que é, para vocês, a Europa? O que significa ser europeu no atual contexto?” – Manuel Heitor, professor e investigador do Instituto Superior Técnico e antigo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, lançou esta reflexão a 18 de dezembro, no início de mais uma aula de Engenharia, Decisão e Políticas Públicas.

Depois de partilharem as suas perspetivas, vários estudantes na assistência comentaram “o atraso no desenvolvimento económico da Europa em relação a países como os Estados Unidos e a China”. Manuel Heitor admitiu que o velho continente “hoje está numa encruzilhada”, mas também que “resulta de um projeto de paz que nos deve orgulhar”.

Durante a sessão, o diretor-fundador do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento (IN+) discutiu a importância de investir na investigação e desenvolvimento e do impacto positivo que essa medida tem nas empresas, tornando-as capazes de, futuramente, contratar mais trabalhadores e oferecer melhores salários. “Quem investe mais em ciência e inovação é quem tem melhores resultados”, defendeu (tendo recentemente assinado um relatório internacional onde são destacadas as boas práticas levadas a cabo pelo Técnico na contratação e manutenção das carreiras científicas).

Referindo-se ainda ao elo entre os percursos profissional e científico, Manuel Heitor quis saber se algum dos presentes estaria envolvido na criação de uma start-up, como é frequente entre os estudantes do Técnico. “Uma das melhores formas de arranjar emprego quando estão num curso de engenharia é criarem-no vocês próprios”, afirmou o docente.

“Só a Ciência poderá resolver” muitas das questões associadas ao crescimento populacional, fenómeno que fará com que “a sociedade em que os filhos dos vossos filhos viverão seja radicalmente diferente da atual”, apontou Manuel Heitor. A aula onde referiu diversos relatórios europeus sobre crescimento económico e desenvolvimento na investigação e inovação teve como “principal objetivo dar algumas referências” para quem queira futuramente estudar ou debater estes assuntos envolvendo áreas científicas e tecnológicas.

Inserida na tipologia de ‘Humanidades, Artes e Ciências Sociais’, a unidade curricular de Engenharia, Decisão e Políticas Públicas procura desenvolver o sentido crítico de estudantes sobre como a engenharia e os sistemas de apoio à decisão – incluindo avaliação de risco, análise de dados, análise de decisão, análise estatística, otimização, modelação participativa, comunicação e planeamento por cenários – podem contribuir para uma melhoria na análise e decisão política em contexto real.

Já passaram pelas salas de aula do Técnico, neste contexto, Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Magalhães, investigador do Instituto de Ciências Sociais, Inês Drumond, vice-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Ana Fontoura Gouveia, antiga secretária de Estado da Energia e do Clima, Adalberto Campos Fernandes, antigo ministro da Saúde e António Leitão Amaro, atual ministro da Presidência, e Alexandra Leitão, antiga Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública.