Campus e Comunidade

Três carreiras singulares homenageadas e reconhecidas com as Insígnias de Professores Eméritos da ULisboa

Numa cerimónia preparada para o efeito foram mencionados os diversos motivos pelos quais os docentes e investigadores do Técnico se destacaram nacional e internacionalmente nas várias dimensões das suas carreiras.

Amigos, familiares, colegas e admiradores dos professores António Falcão, Carlos Mota Soares e José Sucena Paiva reuniram-se esta segunda-feira, 19 de março, para assistir à homenagem prestada pelo Instituto Superior Técnico . O guião da cerimónia de atribuição do título de Professor Emérito pela Universidade de Lisboa(ULisboa) era extenso, tal como as longas e ricas carreiras dos homenageados o exigiam, e contemplava diversas alocuções de muitos antigos alunos dos docentes que se tornaram colegas ou de muitos colegas fascinados com a aprendizagem que advêm da convivência com qualquer um dos novos professores Eméritos da ULisboa.

Apesar das carreiras distintas, com feitos diferenciados em áreas de investigação heterógeneas, houve várias vezes pontos em comum nas palavras proferidas ao longo da cerimónia que tentavam retratar a dimensão apoteótica dos três percursos. Foi aliás nesses pontos que se centrou o presidente do Técnico, o professor Arlindo Oliveira, no discurso que abriu a cerimónia, enfatizando o legado que estes três profissionais deixam. “Estes professores conjugam aquilo que deve ser um engenheiro do Técnico: alguém que sabe e que sabe ensinar”, declarou o professor Arlindo Oliveira. Lembrando os “tempos difíceis para a ciência” em que os três docentes desenvolveram a sua ação, o presidente do Técnico frisou várias vezes o contributo dos mesmos no “engrandecimento desta Escola”. “O vosso imenso legado ajudar-nos-á a ser o motor da mudança em Portugal”, concluiu.

O professor José Sucena Paiva foi o primeiro a ser homenageado, e a ser levado pelo lote de elogios que o professor Leon Freris, o professor Luís Mira Amaral e a professora Isabel Trancoso reservaram para si. Detentor de “uma brilhante carreira como engenheiro, professor e político”, o professor José Sucena Paiva foi descrito como um “profissional de excelência” que “não descurava uma boa ligação à industria”, “autor da “bíblia das redes elétricas”, com um “discernimento e uma calma aplicados nos diversos e muitos desafios profissionais que enfrentou”.  “Não posso deixar de partilhar o quão emocionado fiquei com todas estas palavras”, dizia o professor José Sucena Paiva quando tomou a palavra. Através de uma viagem fotográfica pela sua carreira de sucesso, o antigo coordenador da área científica de Energia do Departamento de Engenha­ria Eletrotécnica e de Computadores do Técnico não esqueceu todos os que de alguma forma o apoiaram em todo o percurso, e salientou que recebe “esta insígnia com humildade”. Por último uma palavra para a Energia, a sua área de saber, que descreveu “como a única moeda universal e o que faz mover o mundo”.

Além das qualidades enquanto docente e investigador, também as caraterísticas humanísticas do professor António Falcão vieram à tona nos discursos proferidos pelos professores António Sarmento, Luís Gato e Luiz Braga Campos. “A delicadeza e elegância no trato”, “o humor fino”, a “longevidade de uma carreira abismada de sucessos”, nomeadamente na área da “energia das ondas” em que se tornou “uma das autoridades mundiais”, são marcas distintivas do percurso deste “mestre absolutamente excecional que o Técnico hoje aqui homenageia”. Não foi, nem podia ser esquecida a sua influência no projeto e instalação da Central de Energia das Ondas da ilha do Pico nos Açores, “a primeira central do género a ser instaladas mundialmente com ligação à rede elétrica e que continua operacional dezoito anos depois de completada”, relembrava o professor Luís Gato.  Foi de todas estas “aventuras” que pautaram a sua carreira a que o professor  António Falcão se referiu ao longo da sua intervenção, lembrando as “ótimas recordações que guardo das aulas e dos meus alunos”, e que o levam a ainda exercer as suas funções e a ansiar pelas duas aulas que ainda vai dar esta semana. Evocando alguns dos feitos mais marcantes do seu percurso, referiu-se à energia das ondas como uma área “absorvente e fascinante” para quem como ele se deixa envolver. “Está-se sempre na espectativa de que, num dia ou noite de inspiração, venha a ideia brilhante, o breakthrough que fará a diferença”, declarou o professor António Falcão.

Para o fim, mas não menos importante ou menos digno de discursos plasmados de elogios e admiração, ficou o professor Carlos Mota Soares, “um homem antes do seu tempo” como o definiu a professora Maria da Graça Carvalho. Além da ex-deputada do Parlamento Europeu, também os professores Hélder Rodrigues, António Augusto Fernandes e Eduardo Arantes de Oliveira fizeram questão de partilhar algumas das recordações e o profundo sentido de admiração em relação ao fundador do Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC). “O esclarecido sentido estratégico”, “a obsessão pela qualidade científica”, “um promotor nato da internacionalização da investigação que se fazia no Técnico” e“ um docente com um impacto tremendo na modernização da engenharia mecânica em Portugal”, foram apenas alguns dos muitos elogios feitos à sua carreira e às lutas que travou e venceu. Visivelmente feliz, o professor Carlos Mota Soares não escondeu que estava a viver “um dos dias mais importantes e mais significativos da minha vida académica”. Dedicando o seu discurso aos lugares cimeiros que o Técnico tem vindo a conquistar em rankings mundiais, nomeadamente na área da engenharia Mecânica, o novo professor Emérito da ULisboa concluiu enfatizando que para ele a investigação sempre foi sinónimo de cooperação e não de competição.

Além dos diplomas e das medalhas da ULisboa entregues pelo vice-reitor da ULisboa, o professor José Pinto Paixão, os três homenageados foram carregados de votos de felicidade e múltiplos cumprimentos de amizade que os presentes fizeram questão de lhes dar.

Fotografias da cerimónia.