Campus e Comunidade

Três dias a pensar e a construir o futuro

A Formação Fundamental da mais uma edição do Programa " IST Shaping the Future" decorre entre o dia 8 e 10 de setembro e conta com a participação de 14 professores e investigadores auxiliares.

Acolher, formar, robustecer competências, inspirar. É disto e de muito mais que se trata a formação fundamental do programa “IST Shaping the Future”, destinada aos professores e docentes auxiliares que acabam de integrar os quadros do Técnico. Esta quarta-feira, 8 de setembro, arrancou mais uma edição da iniciativa que tem como palco o Campus Tecnológico e Nuclear (CTN).

As atividades que compõem o programa são pensadas ao detalhe para que todos se conheçam entre si enquanto conhecem a Escola de que agora fazem parte. Docentes, investigadores e funcionários dos 3 campi do Técnico preenchem o programa, partilham experiências, estratégias, ferramentas de trabalho, dão a conhecer serviços, ajudando a reforçar competências que serão úteis aos 14 formandos. Pelo meio de tudo isto, muitos conselhos, muita inspiração, e um saudável incentivo a que sonhem “sempre alto” para chegarem mais longe.

A abertura desta edição ficou a cargo do presidente do Técnico, professor Rogério Colaço, do vice-presidente do Técnico para a Gestão do CTN, Doutor José Marques, do presidente do Conselho Científico (CC), professor Rodrigo Miragaia Rodrigues, e da presidente do Conselho Pedagógico (CP), professora Teresa Peña, que aproveitaram o momento para felicitar os novos docentes e investigadores, reiterando a disponibilidade dos órgãos da Escola para os apoiar na construção de um futuro brilhante.

Na sua intervenção o professor Rogério Colaço falaria sobre os desafios que se impõem nesta nova jornada aos novos docentes e investigadores no Técnico, mas sobretudo lembrando os que se devem procurar para lá das suas fronteiras. “Saiam do conforto dos vossos gabinetes, levem os vossos alunos convosco, tragam problemas reais para os vossos laboratórios, olhem para o mundo fora, falem com empresas e outros interlocutores, vejam aquilo que a vossa investigação pode ser útil para o país e para o mundo”, incitava.

Realçando que o papel do professor se alterou muito nos últimos anos, deixando de “assentar na hierarquia da desproporção do conhecimento”, o presidente do Técnico sublinhou que os docentes podem alimentar e fortalecer esta relação despertando nos estudantes “interesse e curiosidade”, “partilhando aquilo que aprendemos na nossa investigação, ensinando-lhes diferentes formas de olhar para a informação”.

Ao lembrar que este processo de renovação dos quadros do Técnico se iniciou há 6 anos e que do mesmo resultou a contratação de mais de 100 pessoas para os quadros permanentes da instituição, o professor Rogério Colaço afiançava que o Técnico “não tem tido dificuldade em recrutar talento” e que estas pessoas “têm vindo a transformar a Escola”.  “Naquilo que de mim depender, e enquanto houver capacidade financeira para tal, iremos continuar e reforçar este investimento na renovação dos nossos quadros”, frisou.

Para quebrar o gelo e entreabrir a porta da partilha de experiências e talvez esboçar futuras relações profissionais, seguia-se um exercício já típico deste primeiro dia. Os formandos foram desafiados pela equipa do Núcleo de Desenvolvimento Académico (NDA) a darem-se a conhecer, através de um postal escolhido aleatoriamente e da pintura que consta no mesmo.  Valendo-se de algum sentido de humor e muita criatividade, os docentes e investigadores aceitaram o repto narrando histórias mais pessoais, recordando vivências, expondo sonhos e os valores que os orientam.

Dois líderes a inspirar os que ambicionam também o ser

Sabendo do que falava, e recorrendo muitas vezes a essa vasta experiência que detém, o professor Paulo Ferrão, docente do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) e presidente do IN+, subiu a palco para falar sobre “Liderança Académica”. Partindo de algumas referências literárias nas quais se revê, substituiu a palestra por uma conversa com os formandos, questionando-os e tentando perceber os role models que têm no Técnico, o que consideram uma boa liderança, as ambições e objetivos futuros. “Um líder tem que dar o exemplo, acreditar, estar seguro do caminho, procurar pontes, tem que ser capaz de estimular aquilo que os outros têm de melhor, deve ter a capacidade de ouvir, de perceber o propósito das pessoas que estão à sua volta”, sublinhou.

“Ser líder é um grande exercício de abdicar de coisas que se quer fazer, e que se não estivesse naquela posição provavelmente se faria. Mas um bom líder tem espírito de missão e sente-se realizado ao ver que os objetivos comuns do grupo estão a ser cumpridos”, afirmava o docente do DEM, mais adiante. Aos futuros líderes que o ouviam atentamente, deixando-se inspirar, deixou vários conselhos, lembrando-os que “podem e devem chegar” a esta posição, “que estão posicionados para isso”, mas não vincou que é algo que “exige dedicação, trabalho, pensamento e abertura de espírito”.

Tendo como pano de fundo a biblioteca do CTN, e já após o almoço, os formandos teriam oportunidade de conhecer mais um percurso inspirador. Num formato informal, o professor Luís Oliveira e Silva, docente do Departamento de Física (DF), investigador do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) e presidente do Conselho de Escola, conduziria uma apresentação sobre “Perspetivas de Desenvolvimento de Carreira”, compartilhando a sua aprendizagem, lembrando o que o inspirou e partilhando o que o move. “Nada se faz sem trabalho”, reiterou por diversas vezes, aconselhando os novos docentes e investigadores a “serem ambiciosos”, sem serem “irrealistas”.  “Se quero prever o futuro, tenho que ter um modelo que me ajude a desenvolver os próximos passos. Desenvolver um plano é fundamental quando estamos a falar em desenvolvimento na carreira”, disse.

Para o presidente do Conselho de Escola, é fulcral ter consciência do “propósito daquilo que fazemos”. “Eu, em particular, encontro sentido nesta relação que estabeleço com as pessoas com quem trabalho, com os meus antigos alunos, este prazer de ver as pessoas crescer e desenvolver o seu potencial, de contribuir para a instituição” declarou. Realçando que ser professor é uma “profissão privilegiada e por isso devemos refletir sobre quais são as nossas responsabilidades, perceber como é devolvemos à sociedade esta confiança”, o docente evidenciava que a responsabilidade que chega com o início desta carreira: “numa sala de aula vocês são o Técnico, são vocês que lhes transmitem aos alunos a imagem, os valores, a cultura da Escola”.

A partilha de informações e conhecimentos prossegue esta quinta e sexta-feira, 9 e 10 de setembro. Mudam-se os temas das sessões, mas mantém-se a vontade de ajudar estes docentes e investigadores a sentirem-se mais preparados no início desta nova jornada, lembrando-lhes os recursos e oportunidades ao seu dispor e que está ao seu alcance agarrá-las.