Nem todos sabem ao que vêm, mas sabem o que os trouxe até cá: a curiosidade e a vontade de saber mais sobre a engenharia e o Técnico. Ultrapassam as duas centenas, frequentam o ensino secundário e o entusiasmo esteve-lhes estampado no rosto desde o primeiro ao último minuto de atividades do Verão na ULisboa, na primeira semana da iniciativa.
Fazer um piano com bananas, produzir uma maquete de um abrigo, desenhar modelos em 3D, preparar um gelado, medir a espessura de um cabelo através de um laser ou construir de raiz um rocket foram apenas algumas das atividades proporcionadas aos jovens alunos no campus da Alameda. No campus Taguspark a mesma diversidade pautou o programa que ia desde a criação de um videojogo até à simulação de uma cadeia de abastecimento. No final o objetivo era contagia-los com a magia e diversidade da Engenharia.
A divisão de participantes é feita por grupos que nunca ficam muito tempo a fazer a mesma coisa, rodando entre as diversas atividades. Encontramos o grupo de Miguel Bizarro na atividade do Fórum Civil, totalmente envolvidos na construção de pontes de esparguete. Com “mais um bocadinho de cola” e talvez “mais um pilar”, lá se iam erguendo pontes heterogéneas, prontas a enfrentar um teste de carga com areia. Miguel estava visivelmente entusiasmado com a atividade, não se coibiu de delinear a melhor estratégia e de estudar a concorrência algumas vezes. “É a segunda vez que venho ao Verão na ULisboa aqui no Técnico. E este ano estou a gostar ainda mais”, revela. Mesmo estando quase certo de que quer seguir Engenharia Física como o pai, gosta da ideia de poder testar e conhecer coisas novas. “Quero experimentar o máximo de coisas possíveis, ter a certeza de que quero seguir física e que outra área não mexe comigo, porque há mesmo muita coisa interessante aqui”, diz o jovem aluno de 15 anos.
“A minha primeira opção para as férias foi esta”, afirma Beatriz Ferreira, que tem 17 anos e acaba de passar para o 11º ano. “Estou um bocadinho indecisa entre Medicina e Engenharia, e acredito que estar aqui me vai ajudar a elucidar”, explica a jovem. Ao seu lado na atividade dos rockets estava João Albuquerque, com a mesma idade, e com as mesmas dúvidas relativamente ao futuro profissional. Também ele escolheu o Técnico por entre uma panóplia de opções: “Depois de ver todas as outras atividades, percebi que era aqui que queria estar. Vim de propósito de Aveiro, mas tinha mesmo que conseguir conhecer isto”, frisa, soltando um sorriso que mostra que não está nada arrependido. “Tenho tentado perceber como é o ambiente, as aulas, as pessoas, e só me ocorre que ficaria mesmo bem aqui”.
Entre o primeiro e o último dia descobriram-se opções profissionais, fizeram-se amigos, desvendaram-se truques do quotidiano, estimulou-se o gosto pela engenharia. “E nem acredito que já chegou ao fim”, ia-se ouvindo na escadaria do campus da Alameda, no último dia de atividades, de forma repetitiva, variando apenas o emissor da frase e intensificando-se o tom de desagrado. “Queríamos mais”, iam dizendo aos monitores que os acompanharam durante toda a semana, e enquanto esperam pelo lançamento de alguns dos foguetes que eles mesmo construíram durante a semana. O último lançamento, e o término do programa de atividades, não foram suficientes para os fazer dispensar e a escadaria continuou inundada de camisolas azuis por mais algumas horas.
Esta semana será dedicada aos alunos do 7º ao 9º ano. O número de participantes mantém-se, assim com as atividades em simultâneo nos dois campi.