Rodrigo Oliveira costuma vir ao Técnico com a mãe que trabalha cá. Nessas alturas vê “tudo de longe”, conhece “já alguns lugares” mas “não sabia bem o que se fazia neles”, sempre ouviu “falar bem da engenharia, mas “queria mais”. Por tudo isto, o Verão na ULisboa foi a oportunidade perfeita. Para ele e para várias dezenas de jovens do ensino secundário que esta semana vieram agitar os corredores da Escola.
O azul vivo das camisolas e o ar extremamente jovem não os deixa passar despercebidos. Andam em grupos, sempre muito animados, questionam os mais discretos detalhes, querem saber sempre mais. Acomodam-se rapidamente, “arregaçam as mangas” rapidamente no início das atividades e no final querem sempre ser os melhores ou os mais ágeis pelo menos. Não são unânimes nas preferências das atividades, até porque há para todos os gostos, e entre exercícios mais físicos, outros mais criativos, e ainda os que requerem mais lógica, a entrega é mediada pelo interesse que têm na área. Nos momentos menos agitados, resgatam os telemóveis e eternizam o momento em que vieram “à melhor escola de Engenharia”, como quase todos descrevem o Técnico.
O Rodrigo e os restantes membros dos “ervilhas” – nome que deram ao grupo – estão a tentar encaixar as primeiras peças que farão o seu rocket “descolar a todo o gás”, como dizem. A Catarina Coutinho é um dos elementos mais ativos do grupo a tentar decifrar as indicações que os mentores vão dando, e a colocar as “mãos na massa”. Filha de engenheiros, está a um ano de concorrer à faculdade e apesar de “entretanto muitas coisas poderem acontecer” tem quase a certeza que vem parar ao Técnico. “Aqui conseguimos perceber ligeiramente aquilo que saberemos fazer se resolvermos estudar Engenharia, e darem-nos essa oportunidade é muito bom”, assinala Catarina Coutinho. “O Técnico foi minha primeira opção para passar esta semana de férias, porque sabia que me ia surpreender com as coisas que aprenderia”, acrescenta a jovem.
Fazer uma maquete, edificar uma ponte com esparguete, preparar gelados, programar um jogo ou construir um carro com materiais improváveis são apenas algumas das atividades planeadas para os jovens alunos no campus da Alameda. O cenário de atividades repete-se no campus do Taguspark, embora as mesmas assumam algumas diferenças, dando-se por exemplo a oportunidade aos participantes de desenharem jogos, criarem uma cadeia de abastecimento ou ainda construir um rádio. Os dias nunca são iguais em nenhum dos campi, os grupos rodam frequentemente entre as várias atividades e a magia da descoberta torna todos os detalhes plenos de entusiasmo.
Cinco dias são suficientes para afinar gostos, descobrir vocações profissionais, certificar vontades, fazer amigos, desvendar “os segredos da engenharia”. “Devia era ser mais uma semana, isso sim”, diz Rodrigo Oliveira, confessando a nostalgia que já tem, mesmo que a aventura ainda não tenha acabado. “Não imagino uma maneira melhor de passar as férias: aprendemos, divertimo-nos, conhecemos pessoas, e motivamo-nos para daqui a uns tempos podermos ser da ‘casa’”, solta de seguida, e mais tinha para dizer, mas quer aproveitar o tempo que lhe resta, e pela excitação como que fala não há como lhe negar isso.
Na próxima semana a animação continua, com novos protagonistas e em ambos os campi do Técnico.