Campus e Comunidade

Web Summit: Muito conhecimento e vontade de inovar à boa maneira do Técnico

No segundo dia da cimeira tecnológica voltaram a ser muitos os nomes de antigos alunos e empreendedores da Escola que captaram a atenção dos participantes.

Se num exercício de imaginação quiséssemos conjeturar como teria sido este segundo dia do Web Summit se esta edição fosse presencial, só de o fazer ficaríamos sem fôlego. Felizmente entre uma e outra atividade em que os antigos alunos e empreendedores do Técnico são protagonistas não tem que se atravessar os vários pavilhões da FIL, porque dada a agenda desta quinta-feira, 3 de dezembro, faltariam tempo e energia para tal. De uma, passamos a outra, depois a outra, numa ininterrupta cadência de palestras, debates, palavras, convicções, e vontades de continuar a inovar.

Além de conhecer a perspetiva e experiência de Cristina Fonseca, a agenda do evento permitiria pensar as oportunidades digitais nacionais e europeias num debate com Carlos Moedas, ex-comissário europeu e atual administrador da Gulbenkian, e ainda aprendermos mais sobre os mercados e a sua exigência com os conselhos de Jaime Jorge, cofundador e CEO da Codacy.

Apesar da curta intervenção, Jaime Jorge foi capaz de cativar cerca de 500 pessoas com as suas dicas sobre como podem as startups sobreviver aos “mercados altamente competitivos e dinâmicos. “90% dos startups morrem”, começava por alertar, salientando que este ano a situação é ainda mais preocupante, dadas as consequências económicas da pandemia. Através dos seus slides com alguns rascunhos que propositadamente chamavam à atenção para a ideia central que queria evidenciar, o empreendedor lembrava que há uma “onda de novas ferramentas a chegar ao mercado que poderão também substituir tanto empresas novas como antigas”.  Ajudando a compreender alguma das tendências e traços do mercado, o empreendedor partilhava com a audiência uma frase que lhe diz tanto: “se não estás a inovar, estás a morrer”.  A partir destas ideias e métricas, e ao jeito de um bom empreendedor, Jaime Jorge apresentava assim o novo projeto da Codacy, como solução para estas questões: o Pulse.

Carlos Moedas juntar-se-ia a Daniela Braga, CEO da empresa portuguesa DefinedCrowd, num painel virado para o futuro, mediado por José Pedro Frazão, jornalista da Rádio Renascença.

A forma como a pandemia acelerou a evolução da Inteligência Artificial(IA) foi o primeiro ponto de paragem da conversa.  “Eu diria que entre tudo o que nos aconteceu nestes tempos difíceis e tumultuosos, isto é realmente uma coisa boa, porque passei vários anos na Comissão Europeia, incentivando as pessoas para um mundo mais digital, lembrando as oportunidades que havia nesta junção entre o mundo físico e o digital e estávamos a resistir a essa mudança”, destacou o  administrador da Gulbenkian.

A postura europeia de partilha de conhecimento em IA que pode ajudar a atrair talento, a utilização dos dados pessoais nestes sistemas, e até a criação de um Hub de IA em Portugal defendido por Daniela Braga e de que o alumnus do Técnico iam pintando a interessante troca de ideias e perspetivas dos oradores.

Carlos Moedas realçaria que a Europa tem a melhor regulamentação para a tecnologia a nível mundial e uma preocupação com os temas de IA e os seus efeitos, factos estes que tornam o ecossistema Europeu “um local perfeito para muitos talentos desenvolverem as suas soluções”. Para o antigo aluno do Técnico a Europa deve “ser a plataforma que atrai os melhores, e é por isso que devemos lutar, mas não devemos ser hostis com os outros, devemos aprender e trabalhar conjuntamente, seja com os Estados Unidos ou a China”, colmatou.

A pausa teria que ser muito rápida se quiséssemos continuar a acompanhar as intervenções dos antigos alunos que se foram sucedendo até ao final da tarde. Pedro Valverde (EDP Inovação), Miguel Gaspar (Câmara Municipal de Lisboa), António Vidigal (EDP Inovação) Pedro Pombo (Accenture), Pedro oliveira(Landing Jobs), Ruben Eiras( Fórum Oceano – Associação da Economia do Mar) foram outros dos alumni que passaram pelos vários palcos, no papel de oradores ou de moderadores de painéis.

Para encerrar o dia da melhor forma, alunos, investigadores, professores e funcionários da Escola reunir-se-iam numa Community Room. O encontro permitia rever rostos, conhecer percursos, partilhar experiências ou dicas sobre o evento, e brindar a esta participação massiva da comunidade do Técnico na Web Summit, fechando assim com chave de ouro um dia que teve tanto de extenuante como de arrebatador.