O risco sísmico é uma realidade em Portugal, portanto quanto mais informados estivermos acerca de como minorar ou evitar os danos, melhor preparados estaremos no caso de um dia a terra estremecer. Cientes da importância de envolver as crianças e os jovens desde cedo em atividades de sensibilização para este facto, construindo uma cultura de risco e formando cidadãos conscientes, o grupo de Engenharia Sísmica e Sismologia do CERIS em parceria com Santa Casa da Misericórdia de Lisboa desenvolveu o projeto educativo “A terra treme! É um sismo!”.
Além de congregar alguns conteúdos e iniciativas lúdicas desenvolvidas anteriormente pelo grupo, este projeto assenta num conjunto de novas atividades que envolvem o próprio espaço e história da Igreja de São Roque. Dirigido ao público escolar (crianças entre os 3 e os 12 anos) e a famílias com crianças na mesma faixa etária, “A terra treme! É um sismo!” tem como palco e inspiração o Museu e Igreja de São Roque – que sobreviveu ao terramoto de 1755- e tem já início já no próximo dia 24 de outubro.
“Jogos, vídeos, curiosidades, puzzles, contar histórias, explorar ideias e comportamentos para a prevenção e mitigação do risco, medidas de auto-protecção” são algumas das atividades enumeradas pela Mónica Amaral Ferreira, responsável pela supervisão pedagógica do projeto. “A mesma atividade tem de ser pensada de diferentes formas para ser compatível com as diferentes faixas etárias. A história dos ‘Três porquinhos’ é excelente para mostrar o comportamento das diferentes estruturas para crianças de 2-3 anos”, refere a investigadora do CERIS. “Com os mais velhos temos de pensar noutros desafios; construir edifícios com palhinhas, por exemplo, e discutir o que é melhor para um edifício resistir a um sismo”, frisa ainda.
Esta não é a primeira iniciativa de ligação à sociedade e de sensibilização do público mais novo que o grupo enceta, afinal já em 2015 haviam desenvolvido o jogo online Treme-Treme, que tem tido grande aceitação junto ao público mais novo”, como relembra Mónica Amaral Ferreira. “Este ano estamos a trabalhar na versão 2.0”, adianta.
Visto que os terramotos não se podem impedir nem prever, são com iniciativas como esta que se pode conviver melhor com a hipótese de eles ocorrerem, cumprindo-se ainda um dos principais objetivos da investigação: a ligação à sociedade.