“Para um mestrado ter sucesso (…) necessita de duas características básicas: capacidade de atrair bons alunos estrangeiros e ter um diploma que é um bom seguro para a empregabilidade fora de Portugal.” A frase do professor Amílcar Soares, coordenador do Mestrado em Engenharia de Petróleos (MEP) no Técnico, espelha a importância cada vez maior que é dada à internacionalização dos cursos no IST.
O primeiro fator tem crescido muito nos últimos anos, quer através de programas de mobilidade temporários, que permitem a alunos estrangeiros fazer um ou vários semestres no Técnico, quer através do aumento de inscrições de alunos internacionais como internos – que cumprem todo o programa do curso da mesma forma que os alunos portugueses. A nível do mestrado, as áreas da Engenharia dos Petróleos, Engenharia e Arquitetura Naval, Engenharia e Gestão de Energia e Engenharia e Gestão Industrial são das que mais alunos internacionais têm, dentro do Técnico.
Nalguns casos, como em Engenharia e Gestão de Energia, o número de matrículas de alunos internacionais é muito alto, à partida (no último ano, só neste mestrado, 15 dos 27 alunos inscritos eram estrangeiros); noutros, como em Engenharia e Gestão Industrial (EGI), são os alunos em mobilidade que aumentam o contingente estrangeiro para valores muito acima do normal no Técnico.
“Este é um curso que dá para tudo, em que todas as aulas do segundo ciclo [como em toda a Escola] são dadas em Inglês, e que é muito procurado internacionalmente”, explica a professora Ana Póvoa, coordenadora do mestrado em EGI. “Aqui não há problemas de mercado, todos os alunos têm emprego – em Portugal e lá fora – e, talvez por isso, somos muito procurados.”
No caso da Engenharia dos Petróleos, segundo Amílcar Soares, há algumas características fundamentais que fazem com que o Técnico seja “a escola portuguesa mais bem preparada para poder competir internacionalmente na formação e investigação”: a ligação ao Centro de Modelização de Reservatórios Petrolíferos (um centro de excelência a nível mundial), a internacionalização da atividade dos docentes e investigadores, que se traduziu na criação de uma rede de escolas parceiras onde os alunos podem estagiar e uma estreita ligação à indústria. Apesar de estar apenas no terceiro ano de funcionamento (foi criado em 2012), o MEP tem sido um exemplo a nível do interesse de alunos internacionais.
E que alunos são esses que procuram o Técnico? No que diz respeito a EGI, Ana Póvoa explica que são os estudantes de países nórdicos, Itália, Espanha, Venezuela e Argentina. “Mas temos alunos de todo o mundo.” Para fazer face ao crescente interesse, foi criado um contingente especial de candidaturas: além das 30 vagas disponíveis anualmente para alunos que não tenham completado a licenciatura em EGI no Técnico (de entrada imediata no mestrado), existem dez vagas adicionais para alunos extra-europeus.
Os resultados estão à vista, e o Técnico assume-se, cada vez mais, como uma escola de topo a nível internacional. Outros efeitos? “Da relação entre alunos portugueses e estrangeiros têm resultado alguns namoros”, lembra a professora Ana Póvoa.