Ciência e Tecnologia

ClimACT distinguido pela Comissão Europeia

O trabalho desenvolvido e o envolvimento de milhares de jovens nas várias ações em que o projeto se desdobra foram decisivos para a atribuição do prémio.

Há menos de um mês apontávamos as razões para que o ClimACT se sagrasse um dos vencedores dos EU Sustainable Energy Awards (EUSEW Awards), e na passada terça-feira, 18 de junho, as fortes hipóteses de vitória em torno deste projeto passaram a certezas. O projeto coordenado pelo Instituto Superior Técnico foi distinguido pelo júri na categoria Juventude, distinguindo-se dos outros dois projetos finalistas nomeados.

No rescaldo da vitória e com muito orgulho à mistura, a professora Marta Almeida, investigadora do C2TN e responsável pela coordenação do projeto, assinala que esta é “claramente uma vitória para as escolas ClimACT: para os seus alunos, professores e restante ‘staff’ ”. “O sucesso deste projeto deve-se ao empenho como todos se envolveram na procura de soluções inovadoras para promover a transição para uma sociedade baixo carbono”, salienta ainda.

No total, o projeto mobilizou cerca de 15 mil alunos de quase 40 instituições de ensino dos países do espaço Sudoe – Portugal, Espanha, França, Gibraltar e Andorra-, desde o pré-escolar até universidades, envolvendo cerca de 2000 pais e 1000 professores das respetivas escolas. Em Portugal, foram abrangidas escolas nos municípios de Loures, de Lisboa, de Matosinhos e de Vila Nova de Gaia. Toda esta mobilização que se gerou em torno do projeto e que vai ao encontro da essência destes prémios e da categoria em questão terá sido o principal motivo por detrás desta vitória.  “De todos os nomeados o projeto ClimACT foi aquele que apresentou uma abordagem mais holística na forma como contribui para a Estratégia de longo prazo da União Europeia para o Clima e para o objetivo da neutralidade carbónica até 2050”, destaca a professora Marta Almeida. “Combina uma forte componente técnica, financeira e de envolvimento da sociedade; junta na mesma equipa universidades, empresas, autoridades e organizações não governamentais; e atua no setor da energia, mobilidade, consumos de água, gestão de resíduos, compras verdes, espaços verdes e qualidade do ar interior”, acrescenta ainda a docente.

A participação nestes galardões assume-se como parte da estratégia do projeto ClimACT para chegar ao maior número de pessoas. A mensagem que carrega é clara e lembrada pela professora Marta Almeida: “é necessário agirmos com urgência para combater as alterações climáticas”. “Este prémio reconheceu o fantástico trabalho desenvolvido pelas escolas ClimACT, servindo de motivação para que todos os jovens envolvidos no projeto continuem o trabalho iniciado e encorajando outros a abraçar o desafio da transição para uma sociedade de baixo carbono”, assinala a coordenadora do projeto.

Ainda que, como lembra a docente do Técnico, “todos os elementos da sociedade precisam de trabalhar em conjunto para alcançar a neutralidade carbónica em 2050”, o público alvo deste projeto foram essencialmente os jovens, fazendo deles o destinatário da mensagem, mas também os melhores recrutas para que a mesma se propagasse. “O ClimACT vê os jovens como agentes ativos e inspiradores para a transformação global rumo a um futuro mais sustentável”, frisa a professora Marta Almeida.  “Ao capacitar os jovens de hoje, o projeto ClimACT prepara-os para os desafios das alterações climáticas. Este trabalho inclui o desenvolvimento das capacidades de liderança dos jovens e a garantia de que eles compreendem os aspetos tecnológicos, económicos e sociais que estão subjacentes à problemática das alterações climáticas”, colmata a investigadora do C2TN.

No total foram mais de 100 candidaturas aos EUSEW Awards, e 12 os finalistas das várias categorias. Os prémios foram entregues no âmbito da Semana da Energia Sustentável da União Europeia que decorreu ao longo de toda a semana.