Começou esta segunda-feira, 3 de julho, o mais importante evento anual da área da ciência em Portugal: o Ciência 2017- Encontro Nacional com a Ciência e a Tecnologia. Mais de 4000 participantes são esperados ao longo dos três dias do evento, usufruindo de um vasto programa que contempla sessões plenárias, sessões paralelas, exposições de posters para alunos de doutoramento e ainda algumas demonstrações da atividade cientifica e tecnológica nacional.
Este ano o encontro pretende também estimular a cooperação internacional em ciência e tecnologia, e por isso mesmo, a Índia foi o país convidado. A escolha está correlacionada fundamentalmente com um projeto comum entre os dois países que pressupõe o lançamento nos Açores do Centro Internacional de Investigação do Atlântico (ou AIR Center), dedicado precisamente ao espaço, oceanos, clima, atmosfera, gestão de dados e energia.
Na sessão inaugural, e perante um auditório repleto, tiveram lugar as alocuções de Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Paulo Ferrão, presidente da Fundação da Ciência e Tecnologia, e da professora Cristiana Bastos, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Usaram também da palavra Alexandre Quintanilha, Presidente da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, Anil Bhardwaj, Scientific Secretary da ISRO – Indian Space Research Organisation, e ainda, para espanto de muitos, o mestre de ioga Jorge Veiga.
Foi, porém, no discurso do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que a maioria das atenções se centrou. O professor Manuel Heitor delineou os quatro objetivos que na sua opinião deveram reger o evento: alinhar estratégias; abrir as portas da ciência produzindo um conhecimento cada vez mais útil ao bem público; discutir o fortalecimento da comunidade científica; e por fim definir estratégias para diversificar cada vez mais a comunidade científica. “A ciência tem que ser vista como um bem, para o bem de todos”, frisou o membro do governo.
Houve ainda tempo para lembrar o professor Mariano Gago, que tantas vezes equiparava a ciência “a um campo de batalha, que não tem, nem deve ser consensual, deve sim provocar novas questões”, lembrou o ministro.
Seguiu-se a entrega da Medalha de Mérito Científico, atribuída pelo ministro a 17 personalidades pelos contributos dados pelos mesmos à ciência. As geógrafas Suzanne Daveau e Raquel Soeiro de Brito, o historiador Fernando Rosas, o físico Gaspar Barreira ou o oceanógrafo (a título póstumo) Mário Ruivo, foram alguns dos contemplados. Quatro dos distinguidos estão ligados ao Técnico: o professor Diamantino Durão, ex-presidente da instituição, o professor António Falcão, o professor Carlos Mota Soares e também o professor Carlos Varandas.
O evento que decorre até quarta-feira, é organizado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), em colaboração com a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência e a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e tem entrada gratuita.