Ciência e Tecnologia

Escola de Verão em Astronomia voltou a reunir alunos do ensino secundário no Técnico

Observações noturnas e workshops práticos marcaram a semana dedicada à Astronomia, Astrofísica, Cosmologia e Gravitação.

De 30 de agosto a 3 de setembro, o campus Alameda do Instituto Superior Técnico recebeu a 7.ª edição da Escola de Verão em Astronomia (EVA). Organizada pela ASTRO – Secção de Astronomia do Núcleo de Física do Técnico (NFIST), a iniciativa contou com a participação de 30 estudantes do ensino secundário, vindos de diferentes pontos do país, para uma semana de atividades dedicadas à Astronomia, Astrofísica, Cosmologia e Gravitação.

Ao longo da semana, os participantes assistiram a palestras com docentes e investigadores convidados, participaram em workshops e aplicaram conhecimentos em exercícios práticos. O equilíbrio entre momentos formais e informais “revelou-se determinante para a dinâmica da iniciativa”, explica Constança Mourão, da equipa de coordenação da iniciativa.

Entre as atividades mais marcantes, Constança Mourão recorda as observações noturnas: “Foi um momento muito especial: montaram eles próprios os telescópios, aplicando o que tinham aprendido no workshop de montagem do dia anterior, participaram com enorme entusiasmo e criaram um ambiente de convívio tão único que até cantaram várias músicas e não queriam dar a noite por terminada”. A atividade acabou por ser realizada duas vezes, a pedido dos participantes.

Também o workshop de Python (linguagem de programação) sobre exoplanetas mereceu destaque: “consideraram particularmente enriquecedor porque sentiram que não estavam apenas a programar, mas sim a aplicar conhecimentos a um problema real e com significado”, partilha. 

“Os principais objetivos da EVA passam por criar um ambiente de aprendizagem dinâmico e multidimensional, que não se limite apenas à relação tradicional entre professores e alunos, mas que inclua também a interação entre alunos e monitores, bem como entre os próprios participantes”, resume Constança Mourão.

O balanço final deixou marcas tanto nos participantes como nos monitores. “Recebemos um feedback extremamente positivo. Os monitores mostraram-se muito disponíveis para acompanhar os participantes ao longo de todo o dia, partilhando as suas próprias experiências académicas e pessoais”, sublinha. “Da parte dos alunos, notou-se um enorme entusiasmo e curiosidade em aprender, bem como grande valorização dos momentos informais de convívio”.

Para os organizadores da iniciativa, o impacto da EVA estende-se para além da semana de atividades: “Muitos participantes mantêm o contacto com monitores e palestrantes, criando redes de apoio e inspiração que perduram. Além disso, a EVA abre portas para novas oportunidades – um bom exemplo são as Olimpíadas Internacionais de Astronomia e Astrofísica, cuja equipa portuguesa contou este ano com vários antigos participantes [do programa]”.

Quanto ao futuro, o núcleo traça já metas para as próximas edições: “Temos como principal objetivo manter esta oportunidade totalmente gratuita para todos os participantes, pois acreditamos que o conhecimento deve ser acessível a todos e que o fator económico nunca deve constituir uma barreira à aprendizagem”.  Entre os objetivos estão ainda aumentar o número de vagas, reforçar a vertente de visitas a instituições científicas, como a ESA ou o CERN, e avançar para a internacionalização da Escola de Verão em Astronomia, garantindo a continuidade e expansão da iniciativa.