De 26 de abril a 6 de maio esteve patente a exposição “Art and Technology interconnect at Técnico” no Pavilhão de Engenharia Civil, com um leque de obras do professor Andreas Wichert, docente do Técnico no Taguspark e investigador no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC-ID). Mas esta não foi uma exposição comum. À arte associou-se a tecnologia, com a presença de um robot interativo – Vizzy – que interagiu com os visitantes durante toda a exposição.
Andreas Wichert cedo se apaixonou pela pintura, mas a família aconselhou-o a procurar uma profissão que oferecesse uma maior estabilidade. Por esse motivo, largou temporariamente a paixão pela arte e apostou na sua formação nas áreas da Filosofia e Ciências da Computação.
O seu gosto pela pintura ganhou forma e, rapidamente, conciliou a sua atividade enquanto professor investigador e pintor autodidata. As suas pinturas digitais já foram apresentadas na Alemanha e na Polónia. E, embora tenha nacionalidade polaca, foi em Portugal que o professor Andreas Wichert escolheu viver e trabalhar. O Taguspark acolheu a sua primeira exposição, numa coletânea de obras que retratam a vida e a infância do autor e as suas vivências, através do seu olhar.
O professor Alexandre Bernardino do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) convidou o docente e artista Andreas Wichert a efetuar, igualmente, uma exposição no campus da Alameda. A sua forma de arte e a possibilidade de associar a esta exposição uma componente mais interativa que está, de alguma forma, relacionada com a área da computação, através de um trabalho conjunto de diversos membros do Computer and Robot Vision Laboratory (VisLab), no âmbito de uma tese do doutorando João Avelino. Através de um trabalho de investigação na área da robótica social, em parceria entre o ISR e a Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa “o objetivo fundamental é estudar o engagement”, a ligação e interação entre pessoas e robots, refere o professor Alexandre Bernardino.
“Na Psicologia Social há um conjunto de modelos que estuda como é que as pessoas interagem entre elas e como é que decidem encontrar-se e começar a falar. Coisas muito simples como, à distância, acenar com a cabeça. Depois quando as pessoas se dirigem uma à outra vão com a cabeça baixa. Não vão a olhar diretamente porque é ameaçador. Quando chegam não ficam frente a frente, ficam de lado. Portanto, há ali uma série de sinais sociais que são comuns na interação com humanos e nós implementámos alguns desses programas no robot”, explica.
Baseado no Modelo de Adam Kendon, este trabalho de investigação baseia-se na recolha de dados fruto das interações reais na exposição de Andreas Wichert e prevê avaliar a interação entre humanos e robots, com base em protocolos sociais e aspetos culturais.