O investigador Ricardo Araújo, do Instituto Superior Técnico, Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA) e Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN), realizou no Algarve uma atividade de ciência-cidadã, dedicada à prospecção de fósseis. No fim-de-semana de 4 e 5 de maio, membros da comunidade Explorers Club Portugal descobriram fragmentos de ossos do Triásico em locais previamente identificados por paleontólogos no âmbito de uma expedição que decorreu entre 27 de abril e 5 de maio.
A região algarvia está ainda “pouco explorada do ponto de vista paleontológico”, mas há ali “o potencial de revelar as origens dos dinossauros e dos mamíferos e, portanto, as nossas próprias origens”, explica Ricardo Araújo. Isto porque os fósseis descobertos pertencem ao período do Triásico Superior – terão entre 230 e 220 milhões de anos – e “os grupos principais de animais conhecidos surgiram no Triásico”, explica o paleontólogo.
A equipa identificou várias camadas onde foram recolhidos sedimentos e material para análise, e onde serão feitas escavações brevemente. O que foi descoberto nesta expedição “é suficiente para o trabalho dos próximos 20 anos”, vaticina.
Ricardo Araújo é um dos autores de um estudo publicado na revista Nature em 2022 que revela a origem do sangue quente nos mamíferos.