A edição especial da revista Network Industries Quarterly que explora os desafios da digitalização no setor das infraestruturas rodoviárias tem a mão do Técnico. Além de ter como guest editor um docente do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georecursos, o professor Carlos Oliveira Cruz, há outros investigadores envolvidos na construção deste número especial. “O convite partiu do Managing Editor, o professor Matthias Finger. Após o mesmo, sugeri reunir um conjunto de investidores do Técnico, que têm trabalhado em áreas distintas, mas transversais ao tema da digitalização”, explica o professor Carlos Oliveira Cruz. Para a seleção dos artigos que constariam o editor questionou-se sobre quais seriam as áreas, dentro do setor das infraestruturas rodoviárias, que mais seriam afetadas pela digitalização, sendo na resposta a esta questão fundamentou a sua escolha: “identifiquei um conjunto de temas e, atrás desses temas, vieram os respetivos investigadores. O que foi para mim mais interessante foi perceber que, nessas mesmas áreas, era possível encontrar investigadores no Técnico com muito trabalho desenvolvido”, refere o docente do Técnico.
“O tema da digitalização é incontornável. O setor das infraestruturas e do ambiente construído tem sido, possivelmente, dos mais resistentes à digitalização, mas de uma forma orgânica, ainda que pouco estruturada, começam a existir exemplos de mudança”, assinala o professor Carlos Oliveira Cruz. “O setor das estradas é um dos que mais beneficiará desta vaga e, por isso, é um dos que merecem mais atenção” acrescenta posteriormente. Os impactos de veículos autónomos em áreas urbanas, os desafios da eletrificação de veículos para as infraestruturas rodoviárias, e a eficiência da mobilidade urbana são algumas das temáticas sobre as quais se demarcam os artigos.
Do leque de conclusões que se podem retirar ao folhearmos o conhecimento presente nesta edição revista, o guest editor ressalva como principal: “a digitalização vai alterar profundamente a forma como se projetam, gerem, regulam e utilizam as estradas. Uma estrada utilizada por veículos autónomos elétricos será fisicamente distinta das estradas atuais, e com uma capacidade muito superior. No entanto, há todo um período transitório que não será simples”. “A própria gestão das estradas, enquanto ativos (por vezes geridos por entidades privadas), também será diferente, mais otimizada, com redução de custos, e maximização da capacidade”, conclui ainda.