Um grupo de investigadores do Instituto Superior Técnico vai participar no próximo verão na missão de simulação de ida a Marte AMADEE-24, que terá lugar na Arménia, durante um mês, mas que implica meses de preparação prévia. O Laboratório de Robótica e Sistemas de Engenharia (LARSyS) – representado pelo Instituto de Sistemas e Robótica (ISR-Lisboa) e pelo Instituto de Tecnologias Interactivas (ITI-LARSyS) – tem vindo a contribuir para estas missões desde 2019. Além dos investigadores Rute Luz e Jéssica Corujeira e dos Investigadores Principais José Luis Silva e Rodrigo Ventura, que participaram em anos anteriores, a experiência MEROP (More Effective Remote Operation of Planetary ground robots) conta agora também com as estudantes de Engenharia Aeroespacial, Mariana Campos, e Inês Sousa, e os estudantes de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, Gonçalo Coelho, Margarida Pereira, Ricardo Querido e Rui Abrantes.
Na missão AMADEE-24, seis astronautas análogos viverão isolados num habitat e só poderão sair usando simuladores de fatos espaciais. Para além desta simulação, que pretende ser o mais realista possível para os astronautas, haverá equipas internacionais de investigadores a trabalhar em diferentes desafios científicos, associados à exploração do espaço. Neste habitat, o objectivo do MEROP será o de melhorar a teleoperação dos veículos exploradores (rovers) remotos e fornecer aos astronautas um kit de ferramentas para a resolução de problemas.
Organizadas pelo Austrian Space Forum (OeWF), estas simulações são um grande esforço de colaboração internacional para o desenvolvimento da exploração espacial. A localização e tripulação oficiais da missão de 2024 foram anunciadas em fevereiro, no workshop de definição científica da missão AMADEE-24, que contou com a participação dos investigadores do Técnico no projeto MEROP.
“Para a AMADEE-24 utilizaremos uma interface de teleoperação em que poderemos ter um robô com vários níveis de autonomia. Utilizaremos também a argumentação de imagem para melhorar a teleoperação e compensar os desafios operacionais, como a consciência da situação ou terrenos acidentados”, explica Rute Luz. A investigadora acrescenta que as experiências resultantes com esta interface e cenários de teleoperação já resultaram em trabalhos científicos em que simulação com o rover seria antes na lua, contando com um atraso de 3 segundos na operação.
O Austrian Space Forum é uma instituição de ciência cidadã liderada por profissionais, que conta com o apoio de cerca de 230 membros e que realiza operações de superfície planetária para otimizar o apoio científico à distância. A AMADEE-24 será a 14.ª missão análoga a Marte organizada pelo OeWF.