Mariana Simão, investigadora da unidade de investigação Civil Engineering Research And Innovation for Sustainability (CERIS) foi distinguida pela Associação Portuguesa de Mecânica Teórica, Aplicada e Computacional (APMTAC) com o Prémio ‘Melhor Tese de Doutoramento 2017’, um galardão que distingue jovens investigadores nas áreas da Mecânica Aplicada e Computacional. A tese, desenvolvida no âmbito do seu doutoramento em Engenharia Civil, integra dois campos da engenharia: por um lado, a hidráulica e a mecânica dos fluidos, com a interação das estruturas em sistemas de condutas, na perspetiva da engenharia civil e mecânica, e por outro lado, a biomédica, através da mecânica dos biofluidos em vasos sanguíneos, na perspetiva do apoio da engenharia na medicina cardiotorácica.
Intitulado “Fluid-structure interaction in pressurized systems”, o trabalho de Mariana Simão,orientado pela professora Helena Ramos, apresenta uma visão integrada e permite uma ligação entre três áreas científicas: a hidráulica, as estruturas e a medicina, “tendo contribuído inquestionavelmente para o avanço do conhecimento científico no âmbito da mecânica dos fluidos e biofluidos, na interação fluido-estrutura e na modelação computacional da dinâmica de fluidos em escoamentos em pressão”, como frisa a professora Helena Ramos. “Eu acho que este trabalho se distinguiu essencialmente por ter sido uma tese inesperada, isto é, uma tese que juntou duas áreas científicas que têm tanto de diferente como de comum e que cada vez mais acho que deveriam andar lado-a-lado”, frisa a autora da tese premiada.
Curiosamente o carácter abrangente e inesperado da tese de Mariana Simão resulta de um problema de saúde que a mesma teve, e no qual a própria pegou e tornou em conhecimento científico, em muito incentivada pela professora Helena Ramos. “Eu tive um problema de saúde que me abalou e que me deixou sem chão durante algum tempo. Naquele momento em que pensamos que tudo vai descambar, surge alguém, neste caso a minha orientadora que me incentivou a aplicar os conhecimentos adquiridos, aplicando-os ao meu caso de estudo, as minhas veias”, relata a investigadora do CERIS.
Por tudo isto a galardoada não podia estar mais contente com o resultado desta “epopeia”, como designa todo o processo de investigação que culminou nesta tese. Uma felicidade partilhada pela orientadora: “cada orientação é também um novo estímulo e um novo desafio para o orientador, cujo sucesso depende tanto da nossa habilidade, como da capacidade do aluno em corresponder”. A investigação desenvolvida foi sendo atestada através da qualidade das publicações a que deu origem: 9 artigos publicados em revistas internacionais, 5 artigos publicados em atas de conferências internacionais e 1 em conferência nacional.
O prémio da APMTAC recebeu, nesta edição, um total de oito teses na área da Mecânica Aplicada e Computacional. Além dos trabalhos científicos, são avaliados também os curriculum vitae dos candidatos.