O docente do Departamento de Engenharia Química (DEQ) e investigador do Centro de Química Estrutural(CQE) do Instituto Superior Técnico, professor Armando Pombeiro, foi recentemente eleito fellow da Academia Europeia das Ciências (EurASc, na sigla inglesa). A notícia foi recebida pelo docente com “surpresa”, mas também com satisfação como, aliás, o próprio partilha: “dado que envolve o reconhecimento de qualidade/mérito por uma instituição científica, neste caso internacional, sinto que se trata de uma notícia agradável que me incentiva a prosseguir nas atividades científicas a que me tenho dedicado com o meu Grupo de investigação ao qual estendo esta distinção”. O Técnico passa assim a ter o primeiro representante na prestigiante e extensa listagem de fellows da EurASc.
À semelhança do que acontece com todos os fellows da instituição, o professor Armando Pombeiro foi eleito através de um processo que começou com uma proposta feita pelo Comité Científico das Divisões da Academia, e posteriormente sujeita à aprovação do “General Board” – composto pelos membros do Presidium e pelos coordenadores das Divisões. “A eleição é com base no mérito científico e completamente independente de qualquer outra entidade”, tal como se pode ler no Regulamento da Academia.
Apesar de não se sentir à vontade para evidenciar o que foi conquistando ao longo da sua carreira científica – que se aproxima do meio século, sempre no Técnico – e que com certeza terá influenciado esta eleição, o docente do Técnico acredita que a resposta para esta escolha está expressa naquilo que consta nos Estatutos da Academia e que remetem para as valências dos seus fellows designadamente “a autoria de vastos trabalhos inovadores, o elevado reconhecimento a nível nacional e internacional, e a capacidade para cooperar com instituições Europeias de investigação”. “É também tido em consideração o equilíbrio geográfico na Europa”, denota de seguida o professor Armando Pombeiro. No decorrer da conversa, e nunca esquecendo o papel do seu grupo de investigação nestas conquistas, outros detalhes acerca do vasto trabalho realizado vão surgindo. “É possível que também tenha sido reconhecida a contribuição da minha investigação (i.e., do meu Grupo) no desenvolvimento de novos processos de síntese e catálise com significado industrial, na procura de condições vantajosas em termos de sustentabilidade”, explica o docente do Técnico. “De um modo geral, a investigação que temos vindo a realizar, nomeadamente na ativação de moléculas pequenas de significado energético, industrial, biológico, farmacológico ou ambiental tem ainda contribuído para fomentar a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade da Química, bem como a sua internacionalização, o que deve também ter sido considerado na eleição para esta Academia”, frisa por fim o novo fellow da Academia Europeia das Ciências.
As funções que, de agora em diante, o professor Armando Pombeiro terá que desempenhar irão ao encontro dos objetivos principais da Academia Europeia das Ciências, mais concretamente o “aproveitamento dos seus membros no aconselhamento a entidades Europeias para a melhoria da investigação, aplicação tecnológica e desenvolvimento social na Europa”, como refere o professor Armando Pombeiro. Lembrando a experiência adquirida através do envolvimento passado em diversas instituições de relevo nacional e internacional como a Academia das Ciências de Lisboa, a European Science Foundation (ESF) ou o European Academies’ Science Advisory Council (EASAC), o docente do DEQ acredita que poderá “vir a contribuir para a implementação da cooperação entre a Academia Europeia das Ciências e alguma(s) destas instituições, que por vezes tendem a competir entre si em vez de conjugar esforços na obtenção de sinergias mais eficazes e benéficas ao desenvolvimento da ciência na Europa”.
A Academia Europeia das Ciências é uma associação internacional, totalmente independente, composta por distintos académicos e cuja missão passa por reconhecer e eleger como seus membros os melhores cientistas europeus com uma visão para a Europa como um todo, visando o desenvolvimento da ciência e cooperação científica europeia. Procura ainda aproveitar a experiência dos seus membros para aconselhar outros organismos europeus ao nível da melhoria da investigação europeia, da aplicação tecnológica e do desenvolvimento social.