O Optical and thermal characterization of glass and quartz lenses under concentrated solar light (OpThLenses), apresentado por um grupo de investigadores do Técnico, foi um dos projetos que obteve melhor classificação na 1.ª edição do programa SFERA-III, sendo também considerado um dos mais promissores a concurso. Este destaque conferido ao trabalho de investigação garantiu à equipa o acesso ao Laboratório de Processos de Alta Temperatura do Instituto Madrileno de Estudos Avançados de Energia (IMDEA Energía).
“Este projeto OpThLenses é apenas parte de um projeto/desígnio mais ambicioso o qual visa o desenvolvimento de sistemas que captam, concentram, controlam e conduzem a radiação solar por meio de cabos de fibras óticas”, começa por contextualizar o professor Luís Guerra Rosa, professor do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) e investigador principal do projeto. “Se bem que tenha já sido proposta no passado, só agora em 2020 esta tecnologia prova ser efetivamente competitiva podendo vir a constituir o cerne de vários novos sistemas dedicados a várias aplicações”, adianta o docente.
O OpThLenses aborda uma investigação do comportamento/desempenho de diferentes lentes comerciais sujeitas à luz solar concentrada e identifica as mais adequadas para longos períodos de teste. A equipa de cientistas do Técnico pretende construir um protótipo demonstrador, assim que seja possível obter financiamento para tal, através de um novo projeto. “A radiação solar concentrada pode ser canalizada e utilizada diretamente na iluminação e aquecimento de espaços confinados ou indiretamente através da conversão noutras formas de energia, sobretudo elétrica. A eficácia destes sistemas, aliada aos benefícios das energias renováveis, justificam não só o seu interesse científico, mas sobretudo o seu potencial económico”, explica o docente do Técnico.
Em 2019, a equipa de investigação do OpThLenses concorria ao programa SFERA-III para assim poder ter a possibilidade de utilizar os melhores meios de caracterização de alguns sistemas de lentes (divergentes e convergentes) que desenvolvemos e que pensamos vir a instalar na entrada e na saída dos cabos de fibra ótica”, tal como relembra o professor Luís Guerra Rosa.
A candidatura não podia ter sido mais bem-sucedida como bem o demonstram os resultados atingidos, dos quais resultaram a colaboração com os investigadores do instituto IMDEA Energía, localizado em Móstoles, perto de Madrid, que se tem revelado “muito importante” para o projeto.
“Quer o tema, quer a abordagem do mesmo do ponto de vista teórico e também do ponto de vista experimental, são efetivamente novos em termos da concretização que pretendemos” sublinha o investigador principal do OpThLenses que afirma que “tal só é possível com uma equipa pluridisciplinar”.