Ciência e Tecnologia

Projetos com a marca do Técnico no Dia Mundial da Propriedade Intelectual

Dia 26 de abril celebra-se o Dia Mundial da Propriedade Intelectual, com a partilha de cinco projetos inovadores de jovens inventores que passaram pelo Técnico.

A forma como os jovens poderão utilizar a Propriedade Intelectual para dar vida aos seus projetos e invenções foi o tema estabelecido pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), para o Dia da Propriedade Intelectual, celebrado a 26 de abril.

O Técnico apresenta cinco projetos de jovens talentos, antigos alunos da Escola, que representam a diversidade e qualidade das invenções nascidas em Portugal. Estas histórias podem também ser descobertas na campanha publicada nas redes sociais do Técnico (Facebook, Twitter, Instagram, Linkedin).

Diogo Caetano (35 anos): Método para detetar células cancerígenas e bactérias multirresistentes

Diogo Caetano iniciou o seu percurso académico no Técnico com o investimento no Mestrado e, no Doutoramento em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. Trabalhou como investigador no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento (INESC ID) na área da microeletrónica e de sistemas de interface com sensores.

Mas a ambição do jovem investigador não ficou por aí. Publicou uma patente, dois artigos em revistas, 9 artigos de conferência, 1 capítulo e 1 secção de um livro. Marcou presença ainda no programa Lab2Market realizado no IST em 2016, frequentou mais de 400 horas de formação na área de transferência de tecnologia e empreendedorismo nos programas COHiTEC, HiSeedTech e HiEngine, onde preparou um plano de negócio e a candidatura ao financiamento EIC Accelerator da European Innovation Council para start-ups.

A invenção teve como mote a criação de uma plataforma de hardware com um método que permite detetar e classificar de sinais não periódicos. Isto significa que esta invenção é capaz de detetar sinais e padrões de ruído eletromagnético quando estamos a analisar um conjunto de células, como o sangue, por exemplo. Esta invenção é significativa, pois contribui para a deteção de células cancerígenas e bactérias multirresistentes. O objetivo de Diogo Caetano, com esta invenção, é conseguir chegar a detetar 95% das células, comparativamente às técnicas usadas atualmente e que chegam aos 10%, para detetar o cancro com quatro anos de antecedência.

Outros inventores deste pedido de patente:  Taimur Rabuske, João Silva, Jorge Fernandes e Gonçalo Tavares. A invenção está a ser desenvolvida em conjunto com os investigadores Ruben Afonso e Rita Soares.

Raquel Santos Henriques (25 anos) e Ziga Glavan (28 anos): Melhorar o dia-a-dia dos utilizadores de cadeiras de rodas

Raquel Santos Henriques formou-se no Técnico em Engenharia de Materiais. Mais tarde, cruzou-se com Ziga Glavan, que também passou pelo Técnico como aluno de Erasmus, durante um semestre. Juntos, desenvolveram uma patente para uma invenção de elevado impacto para a sociedade.

Poder ter um dispositivo que se acopla a uma cadeira de rodas e permite ao seu utilizador ter um dia-a-dia sem as dificuldades constantes ao subir um passeio, ao entrar num edifício, ou a entrar para uma carruagem do metro, entre outras aplicações pode mudar a forma como os utilizadores de cadeiras de rodas se deslocam e torná-los mais independentes. Foi precisamente essa a invenção que estes jovens registaram, num processo de investigação audacioso.

Francisco Maria Calisto (32 anos): Tecnologia para a identificação de lesões cancerígenas

Entusiasta da Interação Humano-Computador e da Informática em Saúde, Francisco Maria Calisto é licenciado e mestre em Engenharia Informática e de Computadores pelo Técnico. Motivado para explorar novas ideias interativas, tecnologias e modelos de negócios para resolver problemas urgentes, principalmente na área da saúde, Francisco Calisto colabora com diversas Unidades de Investigaçãos do Técnico desde 2015. Atualmente trabalha no Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) em colaboração com o Instituto Técnico de Inovação (ITI), ambos associados ao Laboratory of Robotics and Engineering Systems (LARSyS).

A invenção de Francisco Maria Calisto implica a obtenção de imagens digitais de um corte mamário com pelo menos duas imagens digitais obtidas por diferentes tecnologias de imagem, e sua consequente segmentação e correlações, o que permite identificar uma ou mais lesões cancerígenas. Desta forma, é possível criar uma automação aprimorada da identificação de lesões mamárias, um desafio atual na área da imagiologia médica.

Outros inventores deste pedido de patente: Jacinto Nascimento

Rita Pires (29 anos): Resolver o problema da multirresistência a antibiótico em ambiente hospitalar

Rita Pires licenciou-se em Química Aplicada e fez um mestrado em Química Bioorgânica na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT). Em 2015, ingressou no Técnico, no Programa Doutoral do MIT Portugal, concluindo o doutoramento em Bioengenharia, em 2019.

A sua invenção pretende resolver o problema crescente da multirresistência a antibióticos, especialmente em ambiente hospitalar. Escreve a síntese de polímeros policatiónicos, que são macromoléculas com propriedades condutoras baseadas em dendrímeros (macromoléculas sintéticas ramificadas formadas por um núcleo), que mimetizam um composto orgânico antimicrobiano. Esses polímeros possuem atividade antibacteriana e antifúngica contra estirpes multirresistentes, e possuem ainda atividade anticancerígena.

Outros inventores deste pedido de patente: Vasco Bonifácio, Arsénio Fialho, Dalila Mil-homens, Nuno Bernardes, Ana Aguiar-Ricardo e Sandra Pinto.

Manuel Amaral (25 anos) e Miguel Ferreira (24 anos): Sistema de aprendizagem de braille

Desafiados pelo professor Marco Leite, no segundo ano de Mestrado em Engenharia de Materiais, Manuel Amaral e Miguel Ferreira desenvolveram um projeto que explora as técnicas de fabrico aditivo (impressão 3d) presentes no Técnico.
Motivados, os jovens inventores quiseram cumprir com as expetativas, mas também criar algo que pudesse ter algum impacto social. A escolha foi apostar na criação de um novo sistema de aprendizagem de braille que facilita o processo de aprendizagem, não requerendo que quem ensina saiba braille.
Atualmente, Manuel Amaral e Miguel Ferreira trabalham em locais diferentes, mas continuam juntos à procura de uma forma de fazer sair esta inovação do papel e passar ao mundo real.

Outros inventores deste pedido de patente: Marco Leite

A propriedade intelectual abrange tanto os direitos de propriedade industrial como os direitos de autor e direito conexos. Para os membros da comunidade académica do Técnico que desejam comunicar uma invenção, poderão encontrar a informação detalhada sobre os procedimentos a adotar e o respetivo Regulamento da Propriedade Intelectual do Técnico através da Área de Transferência de Tecnologia do Técnico (TT).