Ciência e Tecnologia

Sucessão de prémios para alumnus do Técnico

O trabalho de Nuno Maulide, atual professor catedrático na Universidade de Viena, tem sido continuamente reconhecido com a atribuição de diferentes distinções, tendo recebido recentemente o Springer Heterocylic Chemistry Award.

Nuno Maulide, alumnus da Licenciatura em Química tem vindo a somar vitórias atrás de vitórias nos últimos meses, sendo a mais recente a atribuição do Springer Heterocylic Chemistry Award. “Um prémio atribuído a investigadores até aos 50 anos com regularidade bi/trianual, e destinado a contribuições importantes na área da química de heterociclos”, explica-nos o vencedor.

Antes do Springer Heterocylic Chemistry Award, e há poucas semanas atrás outra distinção batera à porta de Nuno Maulide: a Marcial Moreno Mañas Lectureship da Sociedade Espanhola de Química, atribuída anualmente para investigadores com menos de 40 anos com contribuições excecionais na área da Química Orgânica. Outras distinções aumentariam a lista se recuássemos um bocadinho mais no tempo, tais como, por exemplo, a eleição para a Academia das Ciências Austríaca (2017) e o prémio de incentivo da Cidade de Viena na categoria “Ciência”.

Recetor de duas bolsas ERC (Starting Grant 2011 e Consolidator Grant 2016), Nuno Maulide, atualmente professor da Universidade de Viena, desenvolve a sua investigação em química orgânica, mais concretamente em torno do “estudo de reatividades pouco usuais, mas que procedam em condições suaves (temperaturas moderadas, reagentes simples)”, explica o alumnus. “Nessas reações encontramos sempre algo que não está totalmente compreendido ou uma possibilidade de reações inesperadas”, explica de seguida.

O professor Nuno Maulide refere-se aos prémios como causadores óbvios de momentos “de alegria não apenas para mim, mas sobretudo para o meu grupo de investigação”, que refletem a “dedicação e o trabalho afincado de todos”, mas não lhes quer atribuir excessiva importância, afinal o que o move “não são apenas os prémios ou os artigos”, mas sim “a grande responsabilidade que tenho em assegurar uma boa formação aos membros do meu grupo”. Além disso, o alumnus alerta que “resta ainda muito para investigar”, sendo isso realmente o que o move. “Temos grandes desafios para resolver nas áreas da saúde, da proteção do meio ambiente e da energia, e para todas elas a química desempenhará um papel absolutamente essencial”, frisa.

“A paixão pela investigação” combinada com “um enorme gosto pelo ensino” têm-no guiado por vários países. Depois do Técnico já passou pela Suíça, rumou depois para a Bélgica, onde fez o doutoramento, e depois para a Califórnia onde completou o pós-doutoramento. Na Alemanha iniciou a sua carreira de investigador independente e atualmente é professor catedrático de química orgânica na capital austríaca. Não sabe se um dia esta carreira de sucesso terá residência em Portugal, mas mesmo à distância continua a acompanhar a evolução da ciência portuguesa, em especial daquela que se faz no Técnico.