Ciência e Tecnologia

Técnico integra projeto para melhorar eficácia de oxigenadores de sangue em ambiente médico

Projeto BioMembrOS conta com a participação de investigadores da Escola e visa produzir membranas mais eficazes tendo como referência o sistema respiratório de aves e peixes.

O Instituto Superior Técnico e outras cinco instituições internacionais de ensino superior formam, desde o início de 2024, o projeto BioMembrOS (Biomimetic Membranes for Organ Support). Financiado pela União Europeia através do programa Pathfinder, o BioMembrOS procura desenvolver e produzir membranas que otimizem trocas gasosas de oxigénio e dióxido de carbono, de forma a melhorar a eficácia de equipamentos médicos que auxiliam a respiração dos pacientes, reduzindo os inconvenientes da tecnologia atualmente usada em ambiente médico. 

“Propomos a síntese e desenvolvimento de membranas que sejam mais eficientes”, explica Maria Norberta Pinho. A professora catedrática jubilada do Técnico é cocoordenadora da equipa do Técnico inserida neste projeto conjuntamente com Pedro Brogueira, também docente da Escola. “As aves têm um sistema respiratório muito mais eficiente que o dos humanos”, destacou, assinalando que o termo ‘biomimético’ no nome do projeto prende-se com a base de inspiração para o desenvolvimento destas novas membranas – as estruturas respiratórias de aves e peixes. Contando com zoólogos na equipa, as instituições envolvidas no BioMembrOS vão partir da eficiência observadas nessas superfícies para projetar as membranas que serão produzidas, com especial foco no funcionamento dos pulmões.

Da parte do Técnico, o processo de investigação conta com a participação de Maria Norberta Pinho, Pedro Brogueira e Mónica Faria do Centro de Física e Engenharia de Materiais Avançados (CeFEMA); de Ana Clara Marques e Moisés Pinto do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA); de Susana Vinga do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento (INESC ID); e de Viriato Semião do Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC).

Maria Norberta Pinho descreve o programa Pathfinder como um programa em que os projetos são considerados ‘de risco’, no sentido em que pretendem avançar ideias de longo alcance, a longo prazo, sem ser necessário estar já perto da comercialização. “A filosofia desta versão do Pathfinder é avançar com ideias disruptivas e, sistematicamente, fazer investigação em todas as etapas em que há risco, havendo a possibilidade de mudar de direção ao longo desse processo se se concluir que a tecnologia não será viável”, explica a docente.

Os vários parceiros do projeto BioMembrOS visitaram o Técnico, a 20 e 21 de junho, onde reuniram para dar continuidade aos trabalhos. Neste encontro, para além da equipa do Técnico, estiveram elementos da TU Wien, da Universidade de Medicina de Viena, da Universidade de Bolonha (Itália), da Universidade Técnica de Aachen (Alemanha) e da Universidade de Joanesburgo (África do Sul). O projeto está planeado para durar 42 meses, tendo tido início na reunião de kick-off em janeiro de 2024, na Technische Universität Wien (TU Wien em Viena, Áustria), que coordena a iniciativa.