Ciência e Tecnologia

Alumnus do Técnico nomeado diretor de um dos maiores laboratórios do MIT

Nuno Loureiro foi também investigador do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, no Técnico. O seu trabalho foca-se em física teórica e nas suas aplicações na fusão.

Desde 1 de maio que o diretor do Plasma Science and Fusion Center (PSFC) – um dos maiores laboratórios do Massachussets Institute of Technology (MIT) – é um português com um passado ligado ao Instituto Superior Técnico. Nuno Loureiro, alumnus de Engenharia Física Tecnológica e ex-investigador do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN), assumiu o cargo no início do mês, coordenando agora os mais de 250 outros investigadores, funcionários e estudantes que ocupam os sete edifícios do PSFC.

Nuno Loureiro integrou a Licenciatura em Engenharia Física Tecnológica do Técnico em 1995, movido pelo facto de se tratar da “melhor universidade do país em Física”. Apesar de “difícil”, o curso foi, na sua opinião, “muito rigoroso e preparou muito bem os alunos”.

Mais tarde, em 2009, viria a tornar-se investigador do IPFN, unidade de investigação do Técnico. “O IPFN tem muitos investigadores internacionalmente reconhecidos, pelo que foi uma boa casa para eu poder crescer”, partilha. “Não sou especialista em todas as coisas que fazemos aqui [no PSFC], mas a educação transversal que tive e o que fiz como investigador no Técnico foi uma ‘rampa de lançamento’ no MIT”, acrescenta.

A investigação de Nuno Loureiro incide principalmente sobre o comportamento de plasmas, em especial no que concerne a turbulência e fenómenos astronómicos como erupções solares. O seu trabalho permite ainda o desenho de dispositivos no campo da fusão nuclear que permitem um controlo mais eficiente deste processo. “Os próximos anos serão certamente uma altura entusiasmante para a fusão”, afirma o alumnus do Técnico em declarações ao MIT. Na sua opinião, “este é o início de uma nova era de experiências envolvendo plasma”.

Os avanços na fusão nuclear poderão vir a oferecer novas soluções contra as alterações climáticas, oferecendo a possibilidade de produzir grandes quantidades de energia com impactos ambientais reduzidos. “A fusão é um problema difícil, mas pode ser resolvido com determinação e engenho”, defende Nuno Loureiro, acrescentando que “a energia de fusão irá mudar o curso da história da humanidade”.