Na manhã de 10 de setembro, o Técnico Innovation Center powered by Fidelidade recebeu a 1.ª edição do IST-PhysFront Symposium, que juntou investigadores, professores e estudantes afetos ao Departamento de Física do Instituto Superior Técnico. O encontro marcou o início do ano letivo com um espaço de apresentação e partilha da investigação desenvolvida por membros do Departamento.
“Queríamos criar um evento em que os nossos alunos e a nossa comunidade do Departamento de Física tivessem uma ideia do que fazemos a nível de investigação, a todos os níveis. A ideia foi criar logo no início do ano, antes das pessoas se dispersarem, um momento de apresentação e de encontro”, explicou Filipe Joaquim, professor do Técnico, destacando a importância de aproximar os estudantes das aplicações práticas da área.
A primeira sessão, dedicada a Machine Learning aplicado à investigação em Física, encheu o espaço logo pela manhã. Professores e investigadores apresentaram técnicas de inteligência artificial utilizadas na análise de dados de astropartículas e na modelação de plasmas, acompanhando uma tendência internacional em crescimento.
“Como o Prémio Nobel da Física do ano passado esteve muito associado à tecnologia e à inteligência artificial, quisemos também mostrar de que forma essas ferramentas já estão a ser aplicadas na investigação desenvolvida no Departamento de Física”, sublinhou o docente.
A programação do simpósio abriu-se, durante a tarde, a perspetivas sobre sistemas quânticos, aplicações tecnológicas para a saúde e novas abordagens ao estudo da evolução do universo, refletindo a amplitude das linhas de trabalho em curso no Técnico.
A sessão de posters reuniu contributos de estudantes dos três ciclos de estudos em Física do Técnico. Entre cartazes e conversas em torno dos resultados apresentados, fez-se sentir o dinamismo da comunidade académica. “Existe uma física muito fundamental, mas há também uma física aplicada e tecnológica. É importante mostrar logo aos estudantes do primeiro ano que a Física no Técnico também tem estas ligações e não é necessário procurar outros cursos para desenvolver esse tipo de trabalhos”, reforçou Filipe Joaquim.
A votação da comunidade distinguiu os melhores posters apresentados em cada categoria. Na licenciatura, o prémio foi entregue a Inês Alvito e Carolina Antunes, pelo trabalho dedicado ao teste de diferentes variáveis em modelos computacionais para o desenvolvimento de um novo laboratório. Na categoria de mestrado, o vencedor foi Bernardo Picão, com um projeto dedicado ao estudo dos tetraquarks (partículas formadas por quatro quarks), no qual desenvolveu simulações a partir da teoria fundamental da Física de partículas para avaliar se as massas previstas coincidem com as observações experimentais.
Já na categoria do programa doutoral, o prémio foi entregue à equipa FlahGuard, que apresentou um projeto que recorre a tecnologia de partículas para o desenvolvimento de um dispositivo médico destinado à implantação de um novo tratamento para o cancro.
Foram ainda entregues outros prémios a estudantes do Técnico. O galardão Student Innovation distinguiu o projeto ‘NOISR’, dedicado ao desenvolvimento de redes neurais físicas capazes de treinar e evoluir sem recurso a software. Na categoria de “Melhor Vídeo” da unidade curricular Projeto Integrador (PIC2) do Mestrado em Engenharia Física Tecnológica, o prémio foi atribuído a Bruno Semião.
No encerramento do simpósio, Filipe Joaquim sublinhou que a 1.ª edição do IST-PhysFront se consolidou como “um espaço de encontro da comunidade do Departamento de Física, promovendo a partilha de resultados científicos e valorizando o papel dos estudantes na investigação em Física”.