Subordinada ao tema “Inovação e sustentabilidade na exploração de recursos”, a 16.ª edição das Jornadas de Santa Bárbara conquistou os interessados na área. A adesão aos vários painéis que compunham o programa foi inegável, e o regresso do evento, organizado pelo Núcleo de Minas do Instituto Superior Técnico (NUMIST), ao formato presencial permitiu testemunhá-lo. Ao longo da tarde da última sexta-feira, 3 dezembro, foi possível descobrir mais sobre a indústria extrativa através do conhecimento de inúmeros especialistas na área, construindo-se mais uma edição de sucesso.
A sessão de abertura do evento ficou a cargo do presidente do Técnico, professor Rogério Colaço, que expressou a sua alegria por ver o Salão Nobre recheado de pessoas com interesse nesta área e gratulou a organização das Jornadas “por mais uma vez promover este evento, e por neste contexto difícil que continuamos a viver ter a resiliência necessária para manter viva esta iniciativa”. Ao agradecer também aos parceiros da iniciativa, o professor Rogério Colaço recordou que sendo a missão da Escola “formar estudantes, engenheiros e técnicos que saem desta casa e criam conhecimento e riqueza” esta ligação à sociedade é imprescindível. “É algo que só se pode fazer em instituições abertas que caminham de braço dado com o tecido económico, atentas às necessidades da sociedade e das empresas. É isso que fazemos, é isso que fazem os nossos estudantes, professores e investigadores e é essa a razão de ser destas jornadas promovidas pelos núcleos”, sublinhou.
Depois da entrega do Prémio de Mérito Filstone em Engenharia de Minas e Recursos Energéticos aos 3 melhores alunos que ingressaram este ano letivo na licenciatura, o CEO da Filstone, Ricardo Jorge, protagonizou uma palestra sobre “Economia Circular”. “Além de falar-vos um pouco sobre sustentabilidade, pretendo também com esta palestra que os estudantes do Técnico se sintam mais motivados a ter uma experiência profissional nesta área, e quem sabe na Filstone”, começou por referir.
Segundo o CEO, “a economia circular faz parte do ADN da Filstone”, e desde a sua fundação que a empresa procura através de “um conjunto de tecnologias que já existiam, criar uma extração em escala, mas que também seja ambiental e socialmente responsável”. “Temos a responsabilidade de tratar bem o território”, realçou o Ricardo Jorge. Ao longo da palestra, o orador foi explicando exatamente como é a empresa aproveita integralmente tudo o que é extraído, até “mesmo as terras que não são vendáveis, mas que são utilizadas pela Filstone para reabilitar outras pedreiras que necessitam de fazer enchimento por questões paisagísticas ou de segurança”.
O programa do evento contemplou várias palestras conduzidas pelos engenheiros Hugo Brás, da MBCC, Wesley Andrade, da ORICA, Miguel Pernes, country manager da Hitachi Energy Portugal, e pelo dr. Jorge Carvalho, do Laboratório Nacional de Energia e Geologia(LNEG).
O evento atraiu estudantes, alumni, professores, investigadores e também vários representantes da indústria extrativa e energética. “O objetivo do evento é demonstrar alguns casos práticos da área e também promover a troca de informação entre todas as partes envolvidas”, salienta Filipa Carrilho, vice-presidente do NUMIST.
Embalados pela reestruturação do curso este ano letivo, a equipa de alunos optou por introduzir no programa das jornadas também alguns temas relacionados com o setor energético. “É importante estabelecermos a ponte entre o universo académico e o mundo empresarial e refletir sobre temas atuais e decisivos para a sustentabilidade do nosso futuro”, destaca Filipa Carrilho.
O evento contou com cerca de 110 participantes, e o NUMIST adianta que “os painéis com mais adesão terão sido as palestras mais técnicas”, destacando-se “a última palestra mais direcionada para o setor energético que desafiou os participantes para uma reflexão geral sobre quais os problemas deste século e algumas formas de os ultrapassar”. A vice-presidente do NUMIST, avança ainda que “os temas que mais cativaram a atenção foram aqueles que abordam a sustentabilidade energética e a inovação na indústria extrativa”.
De acordo com Filipa Carrilho, de forma geral o feedback recebido pela organização foi bastante positivo, com os participantes a referirem “o facto dos conteúdos das palestras se aplicarem às unidades curriculares do curso e servirem de consolidação de conhecimento”.