As expetativas em torno da conexão e a troca de informações mais veloz que chegarão com a quinta geração de internet móvel (5G) são muitas. Será já no próximo ano que esta tecnologia começará a ser parte da espinha dorsal das economias e serviços públicos, influenciando de forma substancial os nossos hábitos quotidianos e serviços. Nathan Leamer, Vice-Presidente da Targeted Victory e anteriormente Chairman’s Policy Advisor na Federal Communications Commission (FCC) – uma entidade governamental independente, do setor das comunicações nos EUA fundamental no desenvolvimento e implementação do 5G FAST Plan (Facilitate America’s Superiority in 5G Technology) – foi o orador convidado para mais uma palestra American Corner@IST e permitiu saber um pouco mais sobre esta tecnologia. O evento decorreu esta segunda-feira, 28 de outubro, e foi possível perceber algumas das estratégias, expetativas e receios dos americanos para enfrentar da melhor forma a revolução do 5G.
“O 5G será 100 vezes mais rápido que as atuais redes celulares 4G”, começava por apontar o especialista norte-americano em tecnologia. Fornecendo alguns dados sobre o que se prevê que seja o investimento americano neste sector e sobre a criação de emprego que se especula que chegue com esta tecnologia, Nathan Leamer afirmava que se espera “que o 5G adicione 500 bilhões de dólares à nossa economia”
Grande parte da apresentação do especialista teve como foco o plano 5G Fast Plan da FCC, que o mesmo definiria como “uma estratégia abrangente para facilitar a superioridade da América em tecnologia 5G”. Os pilares deste plano e algumas das medidas tomadas pela entidade foram sendo explanadas pelo orador. “A FCC está a atualizar a política de infraestrutura e a incentivar o setor privado a investir neste tipo de redes”, partilhava a determinada altura o especialista em tecnologia. Além deste plano, o orador faria, posteriormente, referência a outras iniciativas –chave 5G das entidades americanas – nomeadamente da Casa Branca – alavancadas no último ano.
Um dos tópicos que mais tem dominado a discussão pública em torno do 5G não foi esquecido pelo especialista norte americano que não ocultou os riscos subjacentes a estas redes realçando que as mesmas “apresentam ameaças aumentadas” e detêm potenciais vulnerabilidades. Realçando que esta é uma das preocupações do executivo e do congresso, o orador salientava que “as ‘portas traseiras’ ocultas para as nossas redes podem assumir-se como uma via para terceiros injetarem vírus, roubarem dados e muito mais”.
Assumindo a capacidade impressionante que o 5G terá de conectar com um número ilimitado de aparelhos, o especialista norte-americano sublinhava que o mesmo terá influência na mobilidade, na agricultura e até na telemedicina, mas ainda assim referia que é importante não esquecer que “há grandes riscos subjacentes a esta tecnologia e que por isso se deve agir cautelosamente” assegurando que estas potencialidades não colocam em risco os cidadãos e a segurança nacional.