“Todas nós procuramos modelos que nos inspirem e se tornem as nossas referências”, começava por dizer a professora Helena Geirinhas, coordenadora do grupo Gender Balance do Técnico, ao abrir a segunda sessão do ciclo de conferências “Women in Science and Engineering”, que decorreu esta terça-feira, 29 de maio. E as palavras não podiam ser mais certeiras, visto o percurso da oradora que se seguia: Antonella Quacchia, engenheira informática e responsável pela Comunicação Digital da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Numa apresentação feita de partilhas, Antonella Quacchia começou pela mais importante de todas: o que a levou a estudar Ciências da Computação e a ingressar no mundo das Tecnologias da Informação. “A paixão, claro!”, exclamava. E foi com um tom que lhe desvendava isso mesmo que explorou o seu caminho desde que se formou, abordando a sua passagem pelo CERN, até aos dias de hoje. Narrando alguns episódios que em determinadas alturas a fizeram ter consciência da diferença de ser mulher, foram várias as vezes em que salientou a importância de relativizar isso mesmo, e de valorizar os benefícios que uma mulher pode trazer ao ambiente laboral. “Além de outras coisas, as mulheres têm uma apetência natural para cuidar e isso é importante num ambiente profissional”, afirmou.
“O mundo das tecnologias da informação é difícil, não o nego. Temos que ter alguma coragem e resistência” declarava Antonella Quacchia, porém a sua experiência fê-la ver tudo o que há para além disso: “é uma profissão excitante, há sempre algo novo para aprender, mudamos a vida das pessoas, e no final do dia sentimos que fizemos algo realmente importante”. Num discurso simples, muito pessoal e entusiasta, a engenheira referiu várias vezes que a questão da igualdade de género é também uma prioridade para a OIT. “A educação é o caminho para mudarmos esta realidade”, frisou. “É muito importante, e vários exemplos internacionais mostram-nos isso, que as raparigas desde muito novas sejam expostas à tecnologia”, referiu de seguida.
Não se querendo alongar, mas semeando a vontade de saber mais, terminou a sua apresentação da mesma forma que começou: evocando a paixão que torna tudo mais fácil. Foi, depois, sem subterfúgios que a engenheira informática respondeu às questões que lhe iam sendo colocadas. Não negou que nem sempre é fácil conciliar a profissão com as responsabilidades familiares, frisou o quão importante é as grandes empresas darem o exemplo na promoção da igualdade de género e salientou em modo de remate que o grande erro que as mulheres podem cometer no caminho do sucesso é: “não acreditarem em si mesmas, não acreditarem que podem fazer a diferença”. A audiência subscreveu com um aplauso.