Campus e Comunidade

AEIST na linha da frente do combate à Covid-19

Além do envolvimento na produção de viseiras de proteção, uma equipa de voluntários da AEIST tem também desempenhado um papel fulcral na produção dos kits de diagnostico ao novo coronavírus.

Desde a sua génese que a Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST) esteve sempre pronta para o combate, representando os seus estudantes, lutando pelos seus ideais, apoiando as causas e envolvendo-se nas lutas do país. Em tempos de crise de saúde pública, a AEIST volta a fazê-lo, envolvendo-se em projetos de combate à pandemia de COVID-19, tais como a produção de viseiras de proteção e dos kits de testes ao novo coronavírus.

O contributo dos elementos da AEIST começaria logo num dos primeiros projetos de combate à COVID-19 alavancados pelo Técnico: a produção das viseiras de proteção para os profissionais que estão na linha da frente na luta contra a Covid-19. Depois da fase inicial em que uma equipa de investigadores trabalhou arduamente com o apoio de vários voluntários da AEIST e não só, o projeto passou para uma nova fase contando com o apoio da TJMoldes e a RapidTool. Graças a esta parceria, a produção foi consideravelmente aumentada nas últimas semanas. “Este incremento na produção possibilitou a distribuição das mesmas aos vários centros de resposta à crise como centros de saúde, unidades hospitalares, lares, esquadras de polícia, quartéis de bombeiros, entre outros”, explica o vice-presidente da AEIST para o campus da Alameda, António de Almeida Costa.

A distribuição das viseiras a cargo da AEIST ronda as 1500 unidades por dia, sendo a mesma feita duas a três vezes por semana para que a equipa se possa dedicar aos outros projetos em mãos. “Até ao momento foram entregues, no total, cerca de 13.500 viseiras. Destas unidades, 2000 foram produzidas na primeira etapa do projeto ainda sob a coordenação do Professor Paulo Peças e apoio do Fórum Mecânica, com as unidades impressas a 3D, e 11.500 produzidas já sob a alçada da AEIST, com as unidades produzidas por injeção pela TJMoldes e RapidTool”, destaca o vice-presidente da Associação que faz questão de frisar o papel ativo que o Técnico continua a ter “disponibilizando todo o tipo de apoio necessário”.

A vontade de ajudar e a dedicação da equipa de voluntários da AEIST já estão neste momento afetas a outro projeto: a produção de kits de teste à COVID-19, um processo que envolve várias etapas e recurso, e onde novamente o papel da AEIST volta a ser fundamental, responsabilizando-se pela montagem dos kits. “A operação, do lado da AEIST, começa com a receção das zaragatoas e posterior divisão das mesmas em sacos de duas unidades”, relata António de Almeida Costa. Estes sacos são depois enviados para os laboratórios do Campus Tecnológico e Nuclear(CTN) onde são esterilizados, regressando às mãos da equipa da Associação para o processo de montagem. “Após a receção dos sacos de zaragatoas esterilizados e dos tubos falcon, vindos do ABC UAlgarve com o líquido de transporte, a AEIST finaliza o kit, juntando os componentes, etiquetando o saco e selando”, patilha António de Almeida Costa.  A produção e posterior corte das etiquetas estão também a cargo da equipa da AEIST.

São cerca de 20 os jovens que integram esta equipa, dedicando 8 horas por dia – 2 turnos de 4 horas- a estes projetos.  Há ainda quem ajude a partir de casa, auxiliando a equipa na resposta a e-mails e em outros processos administrativos, também essenciais em todo o processo. A divisão por turnos foi a solução encontrada para que os voluntários possam também dedicar-se aos estudos, afinal são também estudantes e a atividade letiva no Técnico não cessou.

“Acreditamos que é importante o envolvimento dos estudantes nestes projetos”, sublinha o vice-presidente da AEIST. Um envolvimento que, ao contrário do que muitos possam pensar, é feito com plena consciência dos riscos, e tomando as medidas necessárias para os minimizar. “Acreditamos que é nestes tempos difíceis que os estudantes têm de mostrar que são capazes de enfrentar os seus medos e ajudar o seu país”, vinca António de Almeida Costa.  “Aliás, a história da AEIST revela que desde a sua fundação vários foram os momentos em que, como hoje, os estudantes estiveram na linha da frente, por sua conta e risco, para apoiar o seu país”, acrescenta.

Além do envolvimento nestes projetos, a AEIST tem feito tudo para se manter ativa, promovendo diversas atividades que continuem a aproximar  e atrair os alunos. “A nossa estratégia passa por tentar proporcionar exatamente o mesmo valor aos estudantes, independentemente da crise, pelos meios que nos forem possíveis”, destaca o vice-presidente. Para tal, a direção da AEIST tem tirado partido ao máximo das ferramentas digitais “para furar a monotonia da quarentena que todos vivemos e mostrar aos estudantes algo que hoje é mais relevante que nunca, que a associação deles está lá para eles”, sublinha António de Almeida Costa. As iniciativas são diversas e têm cariz cultural, social, ambientalista, formativo e lúdico. “Tentamos manter-nos fiéis ao plano de atividades que prometemos aos estudantes e, complementarmente, criar novas iniciativas para devolver um pouco do espírito académico que tão dificilmente passa pelo computador”, conclui o vice-presidente.