Campus e Comunidade

“Agradecemos uma carreira e uma vida dedicadas ao Técnico e ao país”

O presidente do Técnico anunciou que a jubilação de António Lamas não significará um afastamento da escola, uma vez que o professor foi convidado - e aceitou - liderar um projeto de "abertura do campus Alameda à cidade de Lisboa".

O professor António Lamas, catedrático do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos (DECivil), proferiu esta quinta-feira a sua última aula, “Exame Final”, no âmbito da sua jubilação.

Numa cerimónia que encheu por completo o Auditório do Centro de Congressos do Técnico, foram vários os colegas e amigos do docente que deixaram algumas palavras sobre o professor que, agora, cessa funções como académico. “Nesta sessão agradecemos uma carreira e uma vida dedicadas ao Técnico e ao país”, afirmou o professor Arlindo Oliveira. “Acima de tudo, celebramos aqui uma carreira que ao longo de mais de quarenta anos foi dedicada à promoção da Engenharia.”

O presidente do Técnico anunciou ainda que a jubilação de António Lamas não significará um afastamento da escola, uma vez que o professor foi convidado – e aceitou – liderar um projeto de “abertura do campus Alameda à cidade de Lisboa”. “Pedi ao professor que a jubilação não implicasse um afastamento da escola (…); vai ajudar a pensar como é que este campus pode ser uma força de dinamismo para a cidade de Lisboa. António Lamas não deixará de deixar a sua marca, através de um projeto que, espero eu, será inovador.”

O professor Fernando Nunes da Silva, presidente do DECivil, aproveitou a oportunidade para agradecer ao docente, lembrando que “com a sua partida, encerra-se um ciclo no modo como o Departamento foi pensado”. “Esta é uma partida simbólica: António Lamas ilustra um paradigma de professor que deixará de existir a curto prazo. É este modelo de professor inovador e interessado na vida pública que parece estar em vias de extinção.”

Os professores Eduardo Arantes de Oliveira, professor emérito do Instituto Superior Técnico, e Luis Calado, catedrático do DECivil, e a doutora Teresa Patrício Gouveia, administradora da Fundação Calouste Gulbenkian, também estiveram presentes. Em elogiosas intervenções, fizeram apontamentos sobre a carreira académica e pública de António Lamas que, como afirmou Eduardo Arantes de Oliveira, é “um dos nossos homens de cultura capaz de conceber o que os nossos maiores engenheiros e urbanistas sonharam projetar”. “Todos, individual e coletivamente, lhe devemos estar gratos”, concluiu Teresa Patrício Gouveia.

Na sua última lição, António Lamas decidiu fazer um “Exame Final” a si próprio, respondendo a três questões: “Como explica que alguém que julgou que podia ser médico acabe como decano de Engenharia Civil em Portugal?”, “O que recorda como mais positivo ao longo da sua carreira, ou o que gostou mais de ter feito?” e “O que mais o preocupa em relação ao Técnico em que hoje se jubila?”. “Não fazia sentido fazer uma lição de síntese. Achei que esta poderia ser uma oportunidade para rever o que tentei fazer. É um exame com perguntas: poucas, mas difíceis.”