As vozes dos antigos estudantes do Instituto Superior Técnico ecoaram novamente pelo Pavilhão Central do campus Alameda, numa noite de reencontros, assinalando os 113 anos da instituição. O jantar alumni reuniu cerca de centena e meia de antigos alunos, professores e parceiros empresariais, numa noite marcada pela partilha de memórias e reflexões sobre o passado e o futuro do Técnico.
Rogério Colaço, presidente do Técnico, destacou o caráter social da Rede Alumni. “Há uns anos, começamos a perceber que havia uma necessidade de não deixar ninguém para trás no Técnico. Durante muito tempo, dormi de consciência tranquila ao saber que ninguém ficava para trás. Contudo, nos últimos anos, durante e depois da pandemia, não tenho a consciência tão tranquila”, afirmou, referindo-se ao aumento do custo de vida e às dificuldades económicas enfrentadas pelas famílias. “Num país que precisa do talento, não podemos deixar pessoas para trás”, concluiu.
O Vice-Presidente do Técnico para a Interface Empresarial, Inovação e Empreendedorismo, Pedro Amaral, no arranque do evento, destacou a participação de empresas pertencentes à Rede de Parceiros do Técnico como a Galp, Deloitte e NTT Data. “Neste emblemático jantar, temos conjuntos de mesas organizadas e convidámos três empresas da nossa rede de parceiros para formar mesas e ajudar a compor o jantar”, afirmou, antes de enumerar os departamentos e cursos presentes.
Ana Dias, representante da Associação de Antigos Alunos, sublinhou a importância da rede alumni na assistência a estudantes em dificuldades económicas. “O Técnico faz hoje 113 anos, portanto, pelo menos há 108 anos que temos alumni do Técnico e sempre a sair em maior quantidade. A nossa capacidade de ajuda é enorme”, disse Ana Dias, sublinhando a criação de bolsas de estudo para alunos com dificuldades financeiras e bom aproveitamento escolar. Destacou a iniciativa do curso de Engenharia Eletrotécnica de 1972, que angariou dinheiro para uma bolsa num só jantar.
Daniel Vaz Silva, alumnus de Engenharia Civil, refletiu sobre o simbolismo do jantar: “A maior vantagem é manter o contacto com a instituição, reaver pessoas e conhecer novas pessoas de áreas diferentes das nossas. O meu percurso no Técnico foi marcado por muito trabalho. Hoje em dia tenho saudades e fica a ideia de que aproveitamos pouco daquilo que o Técnico tem para oferecer.”
Fabrício Monteiro, alumnus de Engenharia Mecânica, sublinhou que “a partilha de experiências e de informação é das coisas mais impactantes para ambos os lados. A perspetiva de quem acabou de sair da faculdade é muito diferente de alguém que já esteja no mercado há muito tempo, e isso permite que avancemos mais rápido e que o Técnico tenha um reconhecimento ainda maior do que já tem”.
Para Rui de Almeida, alumnus de Engenharia Eletrotécnica, que participou pela primeira vez no jantar, o evento foi uma viagem no tempo. “Não mantive muito contacto desde que acabei o curso. Viemos mais cedo para dar uma volta no campus“, disse, recordando com carinho o professor Abreu Faro e o prestígio do Técnico.
Manuela Aires, alumna de Engenharia Eletrotécnica, partilhou uma memória especial: “Entrei no Técnico antes de fechar por questões políticas e reabriu depois do 25 de Abril [de 1974]. Guardo muitas memórias dessa fase, uma fase em que o Técnico teve uma ação predominante naquilo que foi depois a revolução, ao ter ideias revolucionárias”.