José Pedro Ferreira, alumnus de Engenharia Aeroespacial do Técnico, ainda se lembra “perfeitamente” do dia em que foi anunciada a assinatura do protocolo bilateral entre a NASA e a Fundação para a Ciência e Tecnologia aquando de uma visita do Estado Português aos EUA, em 2016. Nessa altura encontrava-se em Delft a realizar o seu programa de Erasmus, e vislumbrou naquele anúncio uma hipótese única da qual quereria fazer parte em breve: “desde então fiquei atento às informações publicadas, na esperança de ser elegível”, relembra o aluno do Técnico. Do sonho à realidade passaram menos de dois anos, e José Pedro Ferreira tornou-se um dos seis selecionados para o programa da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) intitulado Bolsas de Investigação para Estágios na NASA. “Certamente que uma oportunidade como esta representa, de uma forma transversal a toda a comunidade estudantil de Engenharia Aeroespacial, a realização de um sonho”, frisa o futuro estagiário da NASA.
“Com o aproximar da finalização do curso, novos desafios impunham-se. E como sonhar alto não custa, candidatei-me de espírito aberto, ciente de que a competição seria exigente”, explica José Pedro Ferreira. Na chave do êxito da candidatura esteve, na opinião do próprio, “o percurso académico com experiência comprovada e reconhecida na área de especialização à qual me candidatei”. Um caminho aliás pautado também pela excelência, não fosse José Pedro Ferreira um dos alunos do Técnico que recebeu há umas semanas um diploma de excelência académica relativo ao ano de 2016/2017. “No ano letivo ao qual corresponde a distinção do diploma de excelência, obtive a média de 18 valores, para o qual contribuiu a classificação de 19 valores na tese de mestrado”, partilha o alumnus. Apesar da sua tenra idade, José Pedro Ferreira já teve também oportunidade de participar em algumas conferências internacionais “onde apresentei a pesquisa e investigação que realizei em diversas áreas, o que considero ter também contribuído para a minha candidatura” revela ainda o aluno, acreditando que também isso pesou na aprovação da sua candidatura.
Já com o curso terminado, e a menos de um mês de embarcar rumo aos Estados Unidos da América é impossível não ter as “expectativas bastante elevadas”. Ainda assim, tem tentado balanceá-las “com uma boa dose de realismo para encarar o desafio da forma mais genuína possível”, confessa o alumnus. “Só assim, creio, poderei disfrutar ao máximo e absorver todos os ensinamentos que uma das maiores e mais reconhecidas instituições na área de aeronáutica e espaço me possa conceder”, refere posteriormente.
Na Agência Espacial Norte Americana além da concretização de um sonho e de muito conhecimento, sabe que vai encontrar ADN do Técnico: “acredito que haja uma marca do Técnico em diversos locais do mundo, e tenho conhecimento de alumni do Técnico a colaborar com a NASA”. “A competência dos nossos alumni é reconhecida internacionalmente através dos cargos que ocupam, e a partilha das suas experiências motiva as gerações seguintes a trilhar caminhos semelhantes, numa espécie de legado Português erigido pelo mundo fora”, frisa de seguida.
O estágio de curta duração na NASA de que José Pedro Ferreira irá beneficiar surge ao abrigo de um protocolo celebrado entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a FCT e a NASA. O objetivo do programa é proporcionar estágios a estudantes portugueses, com currículo (habilitações) e trabalho académico com especial enfoque na área espacial, oriundos das áreas das Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática.