Aluna do Mestrado em Engenharia Física Tecnológica do Instituto Superior Técnico, estudante do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) e agora vencedora da IAEA Marie Skłodowska-Curie Fellowship Programme – têm sido dias entusiasmantes para Bruna Lima. Desde 15 de janeiro que a aluna usufrui desta bolsa da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), criada com o intuito de ajudar a aumentar o número de mulheres envolvidas na área das ciências nucleares.
“É uma conquista extraordinária, que partilho com todos os envolvidos na minha aprendizagem e vida profissional”, conta Bruna Lima. A aluna destaca o acompanhamento por parte de professores e investigadores do Técnico, colegas de curso e os seus familiares, que diz terem-na apoiado durante todo o percurso. “A minha vida profissional está profundamente ligada ao meu percurso no Técnico, no geral, e em particular no Departamento de Física que, por várias circunstâncias, me ajudou a desenvolver competências académicas e profissionais”, acrescenta. A estudante realça igualmente o “corpo docente muito ativo no seu trabalho de investigação, fundamental para um percurso completo em todas as áreas”.
Bruna dá também destaque ao papel do LIP nesta conquista. Colaborando atualmente nesta unidade de investigação sob supervisão de Patrícia Gonçalves, professora do Técnico, a aluna explica que o LIP “permitiu a aprendizagem na área da Física Médica, dentro de Física Nuclear e de Partículas, que é fundamental para a atribuição desta bolsa”.
Devendo o seu nome a Marie Skłodowska-Curie, física galardoada com dois prémios Nobel, o programa procura encorajar mulheres a seguir uma carreira na área das ciências nucleares, incluindo financiamento do mestrado e a participação num estágio com o auxílio da AIEA. A par do impacto positivo nos seus estudos, Bruna Lima dá alguns exemplos das oportunidades que esta bolsa trouxe – “nos próximos dias 7 e 8 de março, irei participar na primeira conferência ‘For More Women in Nuclear: IAEA Marie Sklodowska-Curie Fellowship and Lise Meitner Programmes’, organizado pela IAEA”.
E uma vez que se trata de uma bolsa para a promoção da igualdade de género, a estudante deixou um comentário quanto à postura da sociedade perante as mulheres na ciência. “Apesar de já ter havido uma longa evolução desde os tempos de Marie Skłodowska-Curie, ainda há muitos estigmas que é necessário quebrar. Reconheço que o Departamento de Física tem um comportamento exemplar na integração das mulheres na área, em particular das alunas que todos os anos entram no curso, mas o trabalho tem de começar mais cedo, antes da entrada na universidade”, defende Bruna. “Estas iniciativas são fundamentais, não só para dar relevo às cientistas que temos no nosso país, como para motivar jovens cientistas a seguirem estas áreas com a certeza que serão bem recebidas”.