O Global Game Jam(GGJ) tem vindo a assumir-se, ano após ano, como o maior evento de desenvolvimento de jogos. Realiza-se um pouco por todo o mundo, ao longo de quarenta e oito horas, e é caraterizado pela muita criatividade dos concorrentes. O gosto pelos jogos vence o cansaço e a competitividade está em cima da mesa, mas não ocupa mais espaço do que a vontade de aprender e inovar. Mais uma vez, o Técnico aliou-se ao evento, organizando em conjunto com a faculdade de belas- artes o Global Game Jam 2020 @ Técnico/Belas-Artes que recebeu 70 participantes da região de Lisboa no campus do Taguspark. Ao mesmo tempo, em mais de 900 outros locais do mundo, dezenas de milhares de pessoas lutavam pelo mesmo objetivo: desenvolver jogos em torno de um tema comum. No campus do Técnico foram desenvolvidos 14 jogos, e o projeto vencedor foi da autoria de uma equipa de alunos da escola.
Para Ricardo Rodrigues, investigador do INESC-ID e um dos envolvidos na organização do GGJ no Técnico, esta é sem dúvida a “maior game jam do mundo, não por ser uma competição, mas sim por apoiar a cooperação entre participantes”. “Não só toda a organização procura ligar participantes, como todo o evento busca a união entre pessoas de todo o mundo pelo meio de criação de jogos”, salienta ainda, vincado que o sucesso do evento está mesmo “na união das pessoas e da criação de algo com um tema em comum”.
Aberto a todos os interessados pela área de jogos, sejam eles estudantes, profissionais ou curiosos, o GGJ junta programadores, escritores, designers e outros profissionais em torno de um desafio comum subordinado a um tema, sendo que nesta edição “Repair” foi o tópico que orientou o engenho dos participantes. “Todos os anos os temas são latos, o que permite a interpretação de formas muito diferentes, levando inevitavelmente a ideias originais e pouco repetidas entre grupos”, explica o elemento da organização. A amplitude do tema permite, como refere Ricardo Rodrigues, que todos os grupos gerem resultados inovadores e diferentes. E desengane-se quem acha que a criatividade tem limites de suporte nesta competição, pois todo o tipo de jogos é aceite, sejam de computador ou tabuleiro. “Na edição de 2019 tivemos um jogo de tabuleiro e nesta edição tivemos 2 jogos a usar Realidade Aumentada”, recorda o investigador do INESC-ID.
Tal como em anos anteriores, voltaram a ser muitos os participantes da comunidade do Técnico a participar no GGJ. “Não contabilizamos o número de participantes da escola durante as inscrições, mas das nossas análises iniciais um pouco mais de metade dos participantes são alunos ou alumni do Técnico”, aponta Ricardo Rodrigues.
A edição deste ano do Global Game Jam 2020 @ Técnico/Belas-Artes contou com o prémio de votação atribuído pelos participantes e o prémio Miniclip, atribuído pelo júri composto por elementos do Laboratório de Jogos e da Miniclip. A equipa que conquistou o primeiro lugar é do Técnico e desenvolveu o jogo FIX_ME.exe. O vencedor do prémio Miniclip e o segundo jogo mais votado foi o Circuit Slimes, sendo o último lugar do pódio conquistado pelo projeto Catastrophe.
Ainda que seja muito cedo para uma análise completa e definitiva de todo o que passou nesta edição, Ricardo Rodrigues adianta que “foi a maior edição que tivemos”, e, portanto, o “balanço é muito positivo”. “Tivemos muitos participantes externos ao Técnico, alguns deles artistas, o que possibilitou a criação de equipas de diversas competências”, refere o elemento da organização. “Muitos dos participantes nunca tinham participado em nenhuma game jam, mas também tivemos participantes profissionais da área e entusiastas veteranos. Geraram-se jogos maravilhosos e inovadores, e explorámos novas tecnologias como Realidade Aumentada”, sublinha ainda.