O Salão Nobre do Técnico encheu-se, no último fim de semana, de estudantes e profissionais de todo o mundo, ligados à comunidade crypto. O motivo para tal chama-se Chainhack, o hackathon blockchain que se realizou pela primeira vez em Lisboa. O convite à participação foi dirigido a especialistas, mas também a iniciantes, e o único pré-requisito solicitado era o interesse em Bitcoin, Ethereum ou qualquer outro projeto relacionado com a área, sendo por sua vez, a diversão um ingrediente garantido pela organização. Durante cerca de 50 horas foram mais de 100 os participantes focados nos 12 projetos desenvolvidos.
“A localização deste campus é magnifica, e o Técnico é a maior universidade de tecnologia da cidade”, refere Kevin Loaec, um dos responsáveis pela organização, justificando a escolha da instituição para a realização do evento, que em anos anteriores teve como palco a cidade de Dublin. “Apesar das inscrições para alunos do Técnico serem gratuitas, infelizmente não tivemos muita adesão dos mesmos”, lamenta Kevin Loaec. João Santos, um recém- graduado em Engenharia Informática, foi uma das exceções made in Técnico. Apaixonado por esta área, a mesma sobre a qual se debruçou na sua tese de mestrado, viu neste hackathon uma oportunidade única quer de estabelecer novos contactos quer de aprendizagem. “Foi extraordinário! O ambiente era muito bom, o facto de não haver demasiados participantes permitiu que houvesse um acompanhamento formidável por parte dos mentores”, refere o antigo aluno. “No Técnico ainda não há um conhecimento profundo relativamente ao blockchain, e por isso conseguir realizar cá este tipo de eventos é uma mais valia. É uma maneira de envolver, sensibilizar e despertar o tema”, refere ainda João Santos, cuja equipa acabou por se classificar em quarto lugar na competição.
O calendário do evento foi também “estrategicamente pensado”, como revela Kevin Loaec, para que primeiramente os participantes se conhecessem, e as ideias fossem apresentadas, e posteriormente os melhores projetos avançassem, sendo em torno dos mesmos que as equipas se formavam. Além do desafio propriamente dito, a organização fez questão de oferecer vários workshops. Ao longo d evento o entusiasmo e a originalidade foram presenças assíduas, sendo os avultados prémios (10 000 euros para o 1ºlugar, 5000 para o 2º, e 3000 para o 3º classificado) uma motivação extra para todos.
Além dos participantes e da organização houve ainda centenas de voluntários e profissionais da área prontos a dar assistência e apoio no caso do cansaço e da exigência se tornarem mais fortes. Tiago Nunes, aluno do Técnico, foi um dos muitos voluntários da Escola, que se juntou à organização para trabalhar no sucesso do Chainhack. Além de poder aprender mais sobre a organização deste tipo de eventos, Tiago Nunes considera que “é uma mais valia poder estabelecer contactos com os organizadores que são, muitas vezes, pessoas bastantes interessantes”. Apesar de só ter estado presente num dos dias do evento, não hesitou em realçar o “rigor” e a “vontade de inovar” que se denota “tanto por parte da organização como dos participantes”. João Santos não podia estar mais de acordo, frisando que o sucesso deste tipo de eventos torna-se óbvio “quando saímos dos mesmos com ainda mais vontade de trabalhar, de saber mais, e os participantes do Chainhack sentiram isso”.