Veículos autónomos, carros partilhados, motores elétricos, transportes públicos mais eficientes e cada vez mais bicicletas e trotinetas elétricas, este é o cenário da mobilidade urbana do futuro traçado por José Manuel Viegas, na palestra que proferiu na Sessão de abertura do Ano Académicodo Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos (DECivil), no passado dia 29 de outubro.
Prevêem-se alterações radicais no horizonte do sistema de transportes que “vai mudar mais nos próximos anos do que mudou em todo o século passado” acrescentou o antigo Professor Catedrático de Transportes do Instituto Superior Técnico.
O docente jubilado afirmou, ainda, que há que tomar medidas para garantir que “os transportes são facilitadores da vida das pessoas e das empresas”.
“Tirar partido dos modos ativos – bicicletas, trotinetes elétricas e andar a pé – no combate ao congestionamento e poluição”, é uma das medidas que defende. Londres e Dublin são o exemplo de duas cidades em que estes modos ativos já representam a maioria de veículos usados em horas de ponta. Mas para chegar a estes indicadores há que “garantir que as vias cicláveis são seguras”.
Depois há que assegurar que a “qualidade e a conveniência dos transportes públicos são idênticas aos do carro”. O que significa garantir transportes públicos de “alta prestação, com linhas diretas e poucas paragens para assegurar tempos de viagens competitivos”, sublinha. Deve ainda apostar-se em veículos mais pequenos de média lotação, combinados com soluções de serviços de viagens partilhadas. Mas para José Manuel Viegas “a batalha principal será redesenhar o sistema viário urbano” apostando na redução gradual dos lugares de estacionamento, canais próprios e seguros para a mobilidade ativa, menos espaço para os automóveis, diversidade de meios de transporte e sistemas de cargas e descargas mais eficientes.
Mas para chegar a este objetivo “há que vencer a resistência à mudança, gerir a transição, porque libertar-se do carro é muito difícil”.
Depois da palestra foram entregues diversos prémios aos melhores alunos do departamento: Prémio Professor Alberto Manzanares Abecasis, Prémio Arquiteto Álvaro Machado, Prémio Edgar Cardoso e Prémio Professor João Arménio Correia Martins.
No final da sessão tomou a palavra o Professor Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico para saudar os alunos que escolheram esta opção “porque estão na melhor escola do país e uma das melhores da europa nesta área”. “Uma escola não só capaz de ensinar, mas também de planear e executar obras que vão marcar a sociedade portuguesa, como o Innovation Center que vai nascer no Arco de Cego, um espaço destinado aos alunos e que foi integralmente planeado por professores do Técnico”, rematou.