Já estavam de férias, mas quiseram continuar a aprender, principalmente sobre física tecnológica. Vieram, por isso, dos vários distritos do país, desafiar os limites da Ciência e da Tecnologia, integrando a iniciativa anual do MEFT – Mestrado Integrado em Engenharia Física Tecnológica do IST – e do Departamento de Física do Instituto Superior Técnico, e que vai já na sexta edição. Este ano mais de 90 alunos, entre os 15 e os 18 anos, integraram as atividades.
A iniciativa é estrategicamente calendarizada depois da primeira fase dos exames nacionais, e tem em conta o público alvo destas atividades: as alunas e alunos candidatos ao MEFT. “Queremos cativar os melhores alunos para o nosso curso”, afirma o professor Pedro Abreu, um dos responsáveis pela organização. Os dois dias foram preenchidos com breves palestras, dadas por professores, investigadores e antigos alunos, num formato descontraído e ainda com visitas a alguns laboratórios. “Procuramos dar uma brevíssima perspetiva de tópicos muito entusiasmantes das atividades científicas do Departamento de Física e das Unidades de Investigação associadas” explica o professor Pedro Abreu.
As apresentações de curta duração acerca de materiais bidimensionais, nanotecnologia, ondas gravitacionais, supercomputadores ou outras tantas temáticas vão gerando conversas paralelas onde se discute e anseia por mais detalhes. “Estas apresentações servem apenas para vos deixar com água na boca, para vos mostrar o quão fascinantes são os projetos de investigação científica que lideramos”, esclareceu o professor Pedro Abreu.
Nos períodos da tarde, os alunos foram divididos em grupos que se repartiram entre o ISTTOK, o INESC-MN, o Laboratório de Lasers Intensos, e o Laboratório de Raios Cósmicos. Ao cruzar das portas, os olhares curiosos tentavam captar os vários detalhes dos instrumentos e das salas de investigação, sendo presenteados com explicações dos investigadores envolvidos nos vários projetos. Os participantes não se coibiram de questionar as atividades desenvolvidas e os projetos futuros.
Apesar dos seus 16 anos e de ainda lhe faltar um ano para ingressar na universidade, Sara Bonito já sabe bem o que quer, e estes dois dias vieram dar-lhe mais certezas. “Há muito tempo que tenho esta ideia de vir para o MEFT, e vim consolidar essa ideia”, conta a jovem aluna. Também Filipe Cunha, da mesma idade, afirma que o “envolvimento nestas atividades o estimularam ainda mais a querer vir estudar Física Tecnológica no Técnico. “Tinha outras hipóteses, mas sem dúvida que depois disto, o MEFT ficou no topo das preferências”, afirma o aluno do 11º ano. Ambos gostaram de tudo mas foi nas várias apresentações que mais se entusiasmaram: “Adorei as palestras, abrangeram um leque de temas muito variados, abordando várias vertentes da Física”, declarou Filipe, não hesitando em dizer que para o ano cá estará de novo, “mas dessa vez não será apenas de passagem”, garantiu.