Campus e Comunidade

Estágio de Introdução às Telecomunicações traz estudantes do Ensino Secundário ao Técnico

A 27.ª edição do programa foi organizada pelo Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e pelo Instituto de Telecomunicações.

O Instituto Superior Técnico recebeu, no campus Alameda, 20 estudantes do ensino secundário que participaram no Estágio de Introdução às Telecomunicações (INTELE), entre 3 e 7 de julho.  As atividades foram coordenadas pelo Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e pelo Instituto de Telecomunicações (IT), no âmbito do programa de ocupação científica de jovens na férias “Ciência Viva no Laboratório”. Envolveram palestras sobre telecomunicações, navegação por satélite e inteligência artificial, workshops de soldadura de circuitos e visitas a diferentes laboratórios e instalações da Escola, entre outras dinâmicas.

No compasso de espera que antecedeu uma apresentação sobre sistemas de geoposicionamento, notava-se um zumbido entusiasmado de conversas entre os estudantes. Para Inês, de 17 anos, esta não é a primeira atividade de divulgação do Técnico a que comparece. “No ano passado, vim ao Verão na ULisboa e fiquei interessada em Eletrotecnia”. Começou desde aí a germinar o interesse em participar em iniciativas da área, tendo sido este estágio uma oportunidade bem-vinda para a estudante. “Acho que as atividades que propuseram são bastante interativas e dão-nos uma componente mais prática daquilo que podemos fazer.”

Durante a apresentação de José Sanguino, professor do Técnico, uma participante do estágio levanta o braço, curiosa. “O que acontece aos satélites em fim de vida? São detonados no espaço?”. O docente esclarece que não, devido ao risco de acumulação de destroços. Atualmente, em alternativa, são simplesmente desviados para órbitas mais afastadas do planeta.

Na tarde de quinta-feira, esperava-os uma visita à câmara anecoica acústica do Técnico, uma divisão desenhada de forma a absorver o som proveniente do exterior, bem como a prevenir reflexões no seu interior. O resultado deste design é uma sala paralelepipédica com as paredes revestidas por ‘lã de vidro’ instalada num padrão que garante que nenhum som é capaz de ‘ecoar’.

Por este motivo, nota-se um certo nervosismo nos estudantes à medida que, um a um, dão os primeiros passos na rede suspensa que serve de apoio para os pés dentro da instalação. Ao fim de alguns minutos de silêncio, um ocupante da câmara anecoica torna-se capaz de ouvir com clareza uma série de sons usualmente mascarados pelos ruídos do dia-a-dia, como os rugidos do estômago e o tonitruante bater do seu próprio coração, como se este ressoasse dentro da sua cabeça. Os barulhos tornam-se tão ensurdecedores que os participantes do estágio, trocando olhares cúmplices, acabam por não conseguir conter os risos provocados pela experiência que partilham naquelas condições.

Inês sublinha que é esta diversidade nas atividades propostas que faz com o que o estágio seja uma experiência enriquecedora. “Desde o começo que já fizemos coisas muito diferentes. Isso é ótimo para podermos ficar a conhecer as diferentes áreas.”

A participação no estágio é gratuita, mediante inscrição prévia, e culmina com a atribuição de diplomas aos estudantes.