“Espero que se tenham divertido muitíssimo esta semana e que tenham aprendido o que é o Técnico e a sua comunidade”. Foi com estas palavras que Rogério Colaço, presidente do Instituto Superior Técnico, se despediu dos 182 estudantes do ensino secundário que preenchiam os relvados à entrada do campus Alameda. Ao fim de uma semana de atividades que os levaram de uma ponta à outra do Técnico, tanto nas instalações como em termos de oferta formativa, os participantes aguardavam vez para lançar o rocket da sua equipa, numa das cerimónias de encerramento do ‘Verão na Universidade de Lisboa’ (ULisboa).
Nesta edição do ‘Verão na ULisboa’, a diversidade de atividades à disposição dos participantes voltou a ser um dos pontos altos do evento, com iniciativas que incluíram experiências químicas para isolar o cheiro de uma laranja, a construção de garras hidráulicas e a programação de robots para navegarem um percurso autonomamente, entre muitos outros desafios colocados aos alunos de 10.º, 11.º e 12.º ano ao longo da semana. Todas as atividades foram desenvolvidas pelos estudantes dos diversos núcleos e departamentos da Faculdade, servindo o propósito de dar a conhecer aos visitantes a oferta formativa do Técnico e, acima de tudo, as oportunidades que este tem para oferecer em diversos domínios da ciência.
“É bom sinal quando se torna difícil arrastá-los para fora da nossa Escola no último dia”, afirma Joana Lobo Antunes, coordenadora científica do Verão na ULisboa no Técnico, perante uma plateia de pais expectantes durante o primeiro dia de atividades – “…isso é sinal de que eles gostaram”. A sessão de apresentação tinha como objetivo esclarecer os pais quanto à semana preenchida que os seus educandos teriam pela frente. “Serão sempre acompanhados por vários monitores e guias, todos eles estudantes do Técnico”.
Um destes estudantes é Ângelo Joaquim, de 23 anos. Por coincidência, celebrava o seu aniversário precisamente no dia em que, no piso térreo do ‘Pavilhão de Civil’ do campus Alameda, ajudava vários participantes a tentar montar estruturas estáveis com molas e esferas metálicas. “Eu era uma pessoa que não falava muito”, conta-nos o monitor. “Este tipo de atividade tem-me ajudado muito em termos de comunicação. Passei de alguém muito fechado para alguém que consegue falar para uma multidão”.
Minutos depois, num outro laboratório do mesmo edifício, um novo grupo de estudantes trocava olhares espantados perante um fio metálico que se contorcia e retorcia sozinho, bastando para isso apontar-lhe um jato de ar quente vindo de um secador de cabelo. O restante espaço era preenchido por experiências como materiais que, ao arder, produziam chamas de diferentes cores e substâncias que, em contacto com a água, transformavam-se numa espuma, expandindo-se até um volume várias vezes superior ao inicial. Maria Eduarda, guia de um destes postos no âmbito da Engenharia dos Materiais, partilha o entusiasmo dos estudantes pelas atividades, conduzindo as experiências com um largo sorriso no rosto. No campus Taguspark, Leonor Barata, estudante de mestrado e monitora, dá voz a esta satisfação dos guias do Técnico, afirmando que “está a ser muito recompensador ver os estudantes a rirem-se e divertirem-se com os jogos” que a programação oferece.
A dedicação dos monitores tem valido a pena, a julgar pelas impressões que os participantes do ‘Verão na ULisboa’ vão deixando. Inês, estudante de 16 anos, destaca “que tanto os monitores como os outros participantes são extremamente simpáticos”. Margarida, de 17 anos, concorda com a colega de grupo e acrescenta: “disseram-nos que há bastante entreajuda e realmente dá para perceber isso”. A conversa é interrompida por um estouro – uma das monitoras de Física ligara um circuito sem avisar o público, disparando discos metálicos em várias direções com um aparato que deixou os espetadores a rir-se do seu próprio susto.
Procurando retomar a conversa, Diogo, de 16 anos, reconhece que existe algum nervosismo em conseguir reunir informação para tomar a melhor decisão possível quanto ao curso a seguir. Ao ouvir este tipo de depoimento, Rui Tavares, monitor de atividades no campus Taguspark, revê-se nos seus tempos de secundário. “Identifico neles as dificuldades que tive em escolher o curso que seria ideal para mim no ensino superior. Agora, sendo monitor, consigo passar o meu conhecimento e experiências para os estudantes”.
De volta às sessões de encerramento da semana, no campus Taguspark, os 48 estudantes foram premiados com diplomas de participação, numa cerimónia que também contou com a presença dos pais. Já no campus Alameda, na continuação do seu discurso, o Presidente do Técnico reforça uma última vez a ponte entre os estudantes e os seus horizontes académicos. “Vocês são os futuros estudantes do Técnico – espero encontrar-vos a todos por cá daqui a um, dois ou três anos”.