A homogeneidade das idades é facilmente observável, ainda assim os grupos não se misturam. Cada um segue os respetivos professores, à entrada do Pavilhão Central, no campus na Alameda do Instituto Superior Técnico. Check-in feito, a viagem à exploração dos materiais pode iniciar-se.
No Grande Auditório 1 (GA1), espera-os Sofia Barbeiro, presidente do Núcleo de Estudantes de Materiais (NEMat), que, mais tarde, ensiná-los-á a distinguir a antiguidade da cortiça. Antes, outras perguntas se impõem: “O que é a engenharia de materiais?”, “Que tipos de materiais conhecem?”, “Exemplos?”. Apesar dos professores presentes, aquela aula é sua. Pede silêncio, desafia, organiza os grupos. Uns começam pela feira dos Núcleos de Estudantes do Técnico, ali bem perto, no átrio do Pavilhão Central. Outros seguem para as cerca de vinte experiências preparadas pela equipa de oito estudantes que organizou mais uma edição do Explora os Materiais, entre 13 e 16 de fevereiro.
O velhinho colete à prova de bala causa furor entre os estudantes da Escola Secundária de Ourém. Ana Antunes mostra as balas que não a perfuraram como garantia de que o “kevlar” é mesmo um material que suporta o seu embate.
Com a curiosidade na ponta dos dedos, querem tocar em tudo: na fibra de vidro (cortante), no gálio que se torna líquido com o calor da pele, no azoto líquido que permite partir um elástico com um martelo. Pisam incessantemente a estrutura em favo de mel. E fazem perguntas com esgares de espanto.
“Não acreditem em mágicos, isto é tudo ciência”, aconselha a estudante do Técnico, Eduarda Álvaro, enquanto apresenta o polímero “super esponja” (Poliacrilato de sódio, um material que absorve 400 a 800 vezes a sua massa em água). Logo a seguir, o seu colega Luís Aser vinca que “magia é ciência não explicada”. Explicada a ciência, a magia manteve-se até à última paragem da saga. Na impressora 3D, produz-se, camada a camada, um modelo do Peter Pan.
O Explora os Materiais é uma iniciativa do NEMat. “Tem por objetivo dar a conhecer a abrangência e versatilidade do curso de Engenharia de Materiais do Técnico, através de demonstrações práticas e dinâmicas.”, explica uma das coordenadoras do evento, Alda Pereira. Ao longo destes quatro dias, essa “abrangência e versatilidade” foi apresentada a mais de 1200 os estudantes do ensino secundário, de várias zonas do país, que aceitaram o desafio de explorar a diferença entre a magia e a ciência da Engenharia de Materiais.