O Instituto Superior Técnico expressa o seu pesar pela perda da Engenheira Maria Amélia Chaves, a primeira engenheira portuguesa, licenciada nesta escola, um exemplo de determinação, pioneirismo, com um papel fulcral na afirmação da Mulher no mundo da engenharia.
Destemida e convicta de que era na engenharia que estava a sua vocação, enfrentou os pressupostos, ingressou no Técnico, tornando-se em 1937 a primeira engenheira portuguesa. Voltou a surpreender quando não se refugiou no trabalho de gabinete e foi para o terreno comandar um grupo de operários. O seu empenho e dedicação rapidamente os conquistou e ultrapassou qualquer obstáculo ou questão de género. “Quando lutamos e sabemos o que fazemos, somos aceites”, referiu várias vezes nas entrevistas que ia dando sobre o assunto.
Depois da Câmara Municipal de Lisboa, o seu primeiro local de trabalho, optou por exercer a profissão em regime liberal, mas nunca largou a engenharia civil, nem nunca se cansou de inovar, tendo sido a primeira autora dos primeiros ensaios antissísmicos realizados em Portugal. Realizou a sua última obra já perto dos noventa anos de idade, precisamente no prédio onde vivia.
A engenheira Maria Amélia Chaves havia sido homenageada pelo Técnico em 2011, no dia em que a instituição completou 100 anos, numa cerimónia que consagrou as primeiras mulheres do Técnico. O seu espírito revolucionário com certeza continuará a inspirar as jovens que ingressam no mundo da engenharia.
Reveja a entrevista que concedeu na altura da comemoração do Centenário do Técnico.