No leque de vencedores dos “Prémios ULisboa – redeSAÚDE” há mais uma mente brilhante do Técnico. Beatriz Filipe, antiga aluna de Engenharia Biomédica, conquistou o “Prémio Mestrado- na área de investigação aplicada” com o trabalho “Using multi-input deep learning networks in medical images for the automatic detection of pathological states”.
“Estou muito feliz e orgulhosa do trabalho que desenvolvi”, assume a antiga aluna de Engenharia Biomédica, realçando a gratidão com o reconhecimento de que o trabalho foi alvo. “No fundo a tese de mestrado é o culminar de 5 anos de trabalho e ter esse reconhecimento deixa-me mesmo muito feliz”, sublinha.
No trabalho premiado, orientado pela professora Rita Nunes, docente do Departamento de Bioengenharia (DBE) e pelo professor Fabio Scarpa, docente da Universidade de Pádova, propôs-se a aplicação de redes de neuronais profundas com múltiplas entradas para imagens médicas de córnea e retina, para diferenciar entre estados saudáveis e patológicos na neuropatia diabética e retinopatia diabética, respetivamente. Foram testadas, nesta arquitetura, diferentes redes neuronais como LeNet-5, AlexNet, GoogLeNet e ResNet, e optimizadores (mini-bacth SGD, RMSprop, Adam) com diferentes taxas de aprendizagem (0,01, 0,001, 0,0001). Todas estas combinações foram aplicadas apenas em imagens de córnea e a que apresentou melhor desempenho foi selecionada para ser testada em imagens de retina.
O auspicioso estudo demonstrou que “esta abordagem de redes neuronais com mais que um input obtém muito bons resultados e poderá ser promissora face a diagnósticos com mais que uma imagem e ou diferentes tipos de dados”, como salienta a antiga aluna.
Beatriz Filipe acredita que o tema do seu trabalho poderá ter sido decisivo nesta vitória e rapidamente justifica esta sua ideia: “é um tópico que está a ser mais explorado agora, esta aplicação à área da saúde tem grandes vantagens e é algo que está ainda no início do seu desenvolvimento”.
Na altura em que estava a terminar a tese, a jovem deparou-se com informações sobre os “Prémios ULisboa – redeSAÚDE” e olhou desde logo para a iniciativa como uma “boa oportunidade para expor o meu trabalho e conhecer pessoas dentro da área da saúde e da tecnologia”, recorda.
Depois desta conquista, segue-se outra: a entrada em breve no mercado do trabalho. A alumna prepara-se para integrar a equipa da NTT Data na área da saúde. Apesar de não saber “muito bem que tipo de projetos irei encontrar” nesta nova jornada, Beatriz Filipe está certa de que quer “continuar a trabalhar na área de machine learning aplicada à saúde”, partilhando o seu desejo de “ter contacto direto com dispositivos médicos mais ligados ao software”, e a médio/longo prazo não descarta a hipótese de vir a fazer um doutoramento.
Além de Beatriz Filipe, também Rui Coelho, antigo aluno de doutoramento do Técnico, conquistou um dos 4 galardões atribuídos na 5.ª Conferência Anual da redeSaúde, no passado dia 30 de novembro.
Atribuídos em 2021 pela 1.ª vez, os prémios procuram incentivar o estudo e a investigação na área da saúde, distinguindo para tal os melhores trabalhos de mestrado e de doutoramento realizados na Universidade de Lisboa e ligados a esta temática.