O artigo “Fitting the Room: Social Motivations for Context-Aware Agents” da autoria de Diogo Rato, Marta Couto e Rui Prada, investigadores do Grupo de Agentes Inteligentes e Personagens Sintéticas (GAIPS) do INESC-ID, foi distinguido com o “Best Paper Award” na 9.ª International Conference on Human-Agent Interaction (HAI 2021).
O trabalho distinguido apresenta um estudo sobre as condições necessárias para as pessoas atribuírem motivação social a um agente inteligente virtual. “Nós mostrámos que mesmo em condições minimalistas, nas quais os agentes não apresentam características humanas visuais, ou seja, não se assemelham nada com pessoas, um observador atribui motivação social se os agentes mudarem o seu comportamento com base no local em que se encontram”, explica o professor Rui Prada, docente do Departamento de Engenharia Informática (DEI) do Técnico. “Isto verifica-se mesmo quando os agentes estão sozinhos no ambiente e os locais são simples, sem objetos nem qualquer informação semântica sobre a sua função”, adiciona.
O resultado atingido na investigação vem, tal como destaca o professor Rui Prada, “reforçar o facto de as pessoas esperarem e atribuírem comportamento social a agentes virtuais, em particular face a mudanças do contexto físico onde os agentes se encontram”. “Isto deve ser tido em consideração na construção de mecanismos de inteligência artificial para agentes que vão interagir com pessoas. Ou seja, o comportamento da inteligência artificial deve mudar com o contexto físico em que se encontra, que faz parte da definição de contexto social que gere o comportamento adequado”, defende o docente.
De acordo com o investigador do GAIPS, “estas observações são semelhantes ao conhecimento que temos das ciências sociais e vem fortalecer o papel que agentes virtuais podem ter na nossa sociedade”. O próximo passo do trabalho passará por mecanismos para os comportamentos socias dos agentes com base em características do contexto.
Conduzido com muito rigor, o estudo recorreu a uma amostra significativa, “e no processo discutimos e propomos uma escala nova para avaliar motivações sociais de agente”, realça o professor Rui Prada que acredita que isso terá pesado na distinção. “Claro que a forma como tudo é apresentado por escrito também conta. A qualidade da apresentação feita pelo Diogo Rato, aluno de doutoramento do DEI e INESC-ID, pode ter contribuído, mas não tenho a certeza se isso foi tido em consideração”, realça o docente. Por sua vez, Diogo Rato lembra que acresce a tudo isto o facto de “uma vasta maioria dos trabalhos apresentados na conferência focaram-se em agentes robóticos enquanto que o nosso explorou a relação de humanos com agentes virtuais”.