Campus e Comunidade

Madrugar para saborear a conquista

Fizemos questão de receber as primeiras alunas a chegar ao Técnico para oficializar a matrícula, recolhendo as suas primeiras impressões.

Na manhã desta segunda-feira, 10 de setembro, começaram a chegar ao Técnico os primeiros novos alunos. Impossível não os reconhecer imediatamente e à distância. Vêm tradicionalmente acompanhados pelos pais e por um semblante que mistura felicidade e nervosismo. Alguns seguem a superstição e fazem questão de pensar duas vezes em qual dos pés colocar primeiro na entrada desta nova etapa. Analisam minuciosamente todos os detalhes na entrada do Pavilhão Central à procura de indicações que os levem até à oficialização da ligação ao Técnico, usando os mais ousados truques para distrair a ansiedade das horas que não passam e a ausência do papel que não confirma a matrícula.

Joana Viegas fez questão de chegar cedo, ainda o relógio não marcava as 8 horas da manhã e já a nova aluna questionava onde se podia inscrever. Até há uns meses atrás, a agora aluna de Engenharia Aeroespacial vivia em Timor–Leste o que lhe permitiu entrar com o contingente especial para candidatos emigrantes, porém a ideia de entrar em Engenharia Aeroespacial era já uma meta com muitos anos e muito trabalho empregue.  “Ainda me estou a consciencializar de que estou aqui e de que sou aluna do Técnico. Mas claro que isto rapidamente vai mudar assim que as aulas começarem”, partilhava. Ainda que anestesiada pela felicidade, Joana sabe o que a espera: “Muito trabalho e muito trabalho”. Ao seu lado o pai, Virgílio Viegas, tem a expressão extensível a todos os pais: o orgulho, como o mesmo traduz em palavras posteriormente: “a sensação de ter uma filha a estudar no Técnico é, claro, de um imenso orgulho. Estou feliz por ela, parece-me que era o que desejava mesmo muito”.

Ana Figueiras chegou pouco depois de Joana. Vão ser colegas de curso, mas ainda não o sabem. “O meu pai obrigou-me a madrugar”, diz a nova aluna despertando um sorriso no progenitor que está mesmo ao lado. A nova aluna soube desde cedo que queria entrar em Engenharia Aeroespacial: “era a minha meta desde o 9º ano e batalhei por isso”, afirma. A média de 18,93 valores com que ingressou torna essa batalha inegável, mas se dúvidas houvesse o pai ajuda a dissipá-las: “Ela sempre foi boa aluna, e de alguma forma e sabendo das qualidades deste curso eu próprio a incentivei. A partir do momento em que se tornou um objetivo ela fez tudo para o concretizar”.  A confirmação de que Ana Figueiras havia conseguido chegou na noite de sábado e despertou uma genuína emoção a que se seguiu uma estridente partilha com os pais. “Eu queria trabalhar na NASA, mas talvez seja sonhar alto de mais. Mas bom um passo já está dado”, solta genuinamente.

“O Técnico foi sempre a primeira opção porque é uma Escola com bastante prestígio, e a nível de ensino é uma das melhores da Europa”, destaca Inês Agostinho, a terceira a chegar. Acompanhada pelos pais e pela irmã, é uma das novas alunas de Engenharia Biomédica. Natural de Castelo Branco, nunca tinha entrado do Técnico e por isso, e ao contrário das outras duas colegas madrugadoras, para si o impacto foi outro, muito mais denso e surpreendente: “quando entrei o primeiro pensamento que me ocorreu foi de que isto é efetivamente muito grande e tem muita gente”, confessa. A sensação não lhe parece causar desconforto ou qualquer tipo de receio e umas frases depois percebemos porquê: “venho preparada para a exigência, para o trabalho intenso, e para atingir os meus objetivos, sem medos”. Nas entrelinhas do que diz está bem subjacente uma caraterística que encontramos nas duas outras colegas: a coragem de quem acabou de realizar o primeiro de muitos sonhos.

À semelhança destas três alunas, chegaram ao Técnico, esta manhã, centenas de novos alunos para proceder à matrícula e inscrição no curso em que foram colocados. À sua espera estão dezenas de mentores que os acompanharão ao longo de todo o processo. Da parte da tarde, os novos alunos terão a oportunidade de conhecer o campus e de participar em sessões de acolhimento organizadas pela coordenação dos respetivos cursos atribuídos e usufruir de alguns momentos de convívio com os novos colegas.