O futuro tem andado pelos corredores do Técnico ao longo da última semana, e veio a convite da organização das Jornadas de Engenharia Mecânica (MecanIST). A atenção para com aquilo que espera os futuros engenheiros e a vontade de referenciar percursos de sucesso made in Técnico estava bem expressa em todo o programa que se estendeu até esta sexta-feira, 22 de março, e que cativou centenas de estudantes de todas as áreas da engenharia. “Este ano o nosso objetivo foi através do programa tentar mostrar tudo aquilo que de bom sai da nossa escola para o mundo e tudo aquilo que se passa cá dentro nomeadamente o que as empresas procuram”, refere Daniel Varela, um dos coordenadores responsáveis pela organização. O objetivo era oferecer um esboço o mais fiel possível de tudo o que espera os alunos do Técnico nos próximos meses ou anos.
Entre a exposição de empresas no átrio e o Salão Nobre que se enche com as palestras é difícil ficar indiferente a mais uma semana de agitação pelos corredores do Pavilhão Central propiciada pelos alunos, talvez uma das mais bem-sucedidas desde que começaram as Técnico Career Weeks. E se a motivação faltar aos potenciais participantes, os elementos da organização – que se fazem notar pelas camisolas coloridas que trajam- tratam de lembrar um bom número de nomes que aguçam a curiosidade, pintando a argumentação com os múltiplos prémios acessíveis a todos os participantes das atividades. Se o tempo escassear para desfrutar de tudo, há ainda oportunidade de acompanhar ou rever as palestras através do streaming das palestras disponibilizado pela organização.
Com certeza que a palestra da engenheira Maria Costa e Sousa, a engenheira da Rolls-Royce, antiga aluna de Engenharia Mecânica, agarrou tantas pessoas do outro lado do ecrã quanto reteve dezenas de elementos da comunidade do Técnico no Salão Nobre. O currículo da oradora despertou a curiosidade de alunos, docentes e investigadores e a sua simpatia rapidamente os cativou. De forma muito acessível, a engenheira da Rolls-Royce expôs o seu percurso no Técnico assim como os primeiros anos do percurso profissional que antecederam a sua ida para a empresa inglesa. “No processo de recrutamento da empresa percebi que mais importante não é o que sabemos, mas como raciocinamos. E o Técnico dá-nos isso”, declarava a alumna. Narrando o crescimento profissional que tem atingido nos últimos anos, a engenheira Maria Costa e Sousa ia salientando, por diversas vezes, o investimento e a formação que a empresa inglesa propicia aos seus trabalhadores. Depois de enumerar algumas das vantagens do contexto profissional inglês, especialmente pelo facto de o trabalho “ser notoriamente recompensado e reconhecido”, a oradora patenteava o gosto por aquilo que faz, e confessava que vai “pensar dez vezes antes de sair da Rolls-Royce”, reiterando que se um dia o fizer tem noção do peso do seu currículo e das portas que esta passagem pela empresa lhe abrirá.
Na plateia, a ouvir atentamente e depois a aplaudir a engenheira estavam alunos de vários cursos do Técnico. O cenário repetiu-se nos dias anteriores tal como relembra Daniel Varela. “O nosso objetivo este ano foi expandir ainda mais o público-alvo das nossas jornadas. O foco deste tipo de eventos deve ser tentar dar alunos do Técnico o máximo de experiências possíveis. E esta nossa visão e as pessoas que convidamos acabaram por atrair alunos de outros cursos”, realça o coordenador do MecanIST. “O resultado são estas salas cheias que nos enchem o ego e nos mostram que fizemos boas escolhas”, remata o aluno.
Para além do calendário recheado com palestras, workshops e roundtables, o Fórum Mecânica preparou este ano aquilo que Daniel Varela denomina como “a mais forte feira de emprego de sempre”. “No total, são 36 empresas presentes, 17 empresas por dia”, menciona o coordenador da organização. Bosch, Efacec, REN, The Navigator Company e Thales foram algumas das empresas que ao longo da semana se foram revezando pelo átrio do Pavilhão Central e que demonstraram um claro interesse nas abordagens que recebiam. “É também através das empresas que conseguimos mostrar o leque de funções variadas que os nossos alunos poderão desempenhar no futuro. É através delas que queremos conhecer os planos que têm para nós”, realçava o coordenador da organização.
A avaliar pelo entusiasmo que se fez ouvir e refletiu nas expressões de quem passou pelo MecanIST – em muito sustentado pelos relatos dos antigos alunos do Técnico que marcaram presença e partilharam as suas conquistas – o panorama é cheio de cor e tem espaço para variados sonhos.