Ensinar a ensinar melhor, beber das lições de quem vai dando cartas no Técnico e pelo mundo fora, familiarizar-se com a Escola e com a exigência que lhe está inerente, e lançar as bases para um plano de desenvolvimento de carreira, são algumas das metas do “IST Shaping the future”. Já na 5.ª edição o programa de formação fundamental para professores e investigadores auxiliares em período experimental, lançado pelo Conselho Científico (CC) e o Conselho Pedagógico (CP), em parceria com o Núcleo de Desenvolvimento Académico (NDA), é uma iniciativa inédita em Portugal, e funciona como uma oportunidade única para os novos docentes. O programa estende-se ao longo de três dias, 4 a 6 de setembro, e conta com as palestras de conceituados investigadores e docentes e com vários momentos de formação em áreas diversas tendo em vista o aperfeiçoamento das competências pedagógicas. Pelo segundo ano consecutivo, o fascinante edifício da Academia das Ciências de Lisboa voltou a ser escolhido como palco do evento.
A sessão de boas-vindas do “IST Shaping the future 2019” ficou a cargo do presidente do CC do Técnico, professor Luís Oliveira e Silva, da presidente do CP, professora Raquel Aires-Barros, e do professor Carlos Salema, presidente da Academia das Ciências de Lisboa. O primeiro a intervir foi, pois, o professor Carlos Salema, cuja carreira de excelência no ensino, na investigação e também em cargos de gestão serviria de “entrada” perfeita para um primeiro dia repleto de inspirações. Depois de guiar os novos docentes do Técnico pela história da Academia, o professor Carlos Salema partilhou um pouco da sua experiência, concedendo alguns conselhos certeiros pelo meio. “Focalizem as vossas atividades, não se dispersem. Inovem claro, mas quando estiverem dedicados a uma coisa centrem-se nisso”, recomendava. “Dediquem-se aos vossos alunos, mas escrevam artigos também, porque uma escola, em boa parte, também se classifica pelos textos que os seus docentes escrevem”, sublinhou.
“Este programa tem como objetivo falarmos um bocadinho sobre a vossa carreira”, começava por explicar o presidente do CC. “Desenhamos um programa que vai responder a algumas das questões que possam ter; e por outro lado, queremos inspirar-vos através da experiência de outros docentes do Técnico”, prosseguia. Felicitando os novos docentes por se terem destacado em “concursos com dezenas de candidatos e num processo de seleção longo e rigoroso”, o professor Luís Oliveira e Silva salientava ainda o privilégio e a responsabilidade de ser docente da instituição. “O sucesso do Técnico é o sucesso de cada membro da sua comunidade”, concluía.
Para quebrar o gelo e abrir portas a empatias e futuras relações profissionais, a equipa do NDA lançou os dados de um dos momentos de networking do programa. Através de um jogo, e tendo como guião as imagens-chave atribuídas pelos dados, os novos docentes foram desafiados a contar uma história verdadeira que desvendasse algo sobre a personalidade de cada um. Ainda que inicialmente receosos com o desafio que os colocava fora da zona de conforto, mas ainda assim empenhados, os docentes partilharam histórias marcantes do seu percurso pessoal ou profissional, caraterísticas individuais, e uma ambição quase generalizada de “deixar uma pegada na Ciência”.
A experiência e a frontalidade do professor José Tribolet, professor distinto do Técnico, encerrariam da melhor forma a manhã do primeiro dia do “IST Shaping The Future”. Foram muitas as mensagens tácitas deixadas pelo docente à medida que ia lembrando alguns dos momentos mais marcantes da sua carreira. “Em termos pedagógicos a vossa principal responsabilidade é o sucesso dos vossos alunos”, frisava o professor José Tribolet. Os desafios que surgiram no seu percurso, a capacidade de comunicação que tantas vezes lhe abriu caminho, a inovação que fez questão de trazer à escola, os desafios da docência e a importância de estabelecer objetivos a curto prazo foram alguns dos pontos em que foi tocando. “Temos que gerir economicamente a nossa capacidade sem que isso afete o nosso entusiasmo”, referia, a determinada altura, o professor distinto. Sobre si e em jeito de balanço de uma carreira em que pouco ficou por conquistar, afirmava: considero-me realizado e feliz, e sobretudo privilegiado. Aos novos docentes, não deixou de passar uma mensagem à medida da sua personalidade: “Sejam forças de mudança e não de resistência”.
Nos dois dias que se seguem, os 18 novos docentes que participam nesta edição têm a oportunidade de aprender mais sobre a organização do Instituto Superior Técnico, comunicação de Ciência, liderança de equipas em ambiente académico e muito mais, através de breves palestras, painéis de debate e workshops, começando assim a demanda pelo sucesso.