Depois da luta para entrar é hora de avaliar o tamanho do esforço a fazer para “superar” a nova etapa. “Mas é assim tão difícil como dizem?” é uma das perguntas que os mentores mais vezes têm que responder. Depois de um sorriso, e cada um ao seu jeito, explicam aos novos alunos que “não é trabalho de super-heróis” e que se torna simples com esforço, dedicação e “muito foco”. Os novos alunos nem sempre saem convencidos, e por isso a pergunta repete-se a cada aluno mais velho que conhecem. No final asseguram que estarão “cá para ver e vencer”.
O madeirense Gabriel Fernandes é daqueles que acredita que “quem está no Técnico só pode ganhar”. Ainda nem acredita que conseguiu entrar. “Falaram-me muito, e muito bem do Técnico, e a sensação de estar aqui é muito boa”, confessa. Engenharia Naval e Oceânica foi a sua segunda opção, depois de Engenharia Mecânica também no Técnico. Vai dar o seu máximo, mesmo que toda esta dimensão o assuste ainda um bocadinho. “Tenho que estar preparado”, riposta logo de imediato contra si mesmo.
Por estes dias o átrio do Pavilhão Central é ponto de passagem obrigatório aos novos alunos. Os mentores conduzem-nos às várias bancas dos núcleos onde os mesmos ouvem atentamente, mas também questionam muito. As atividades existentes, quando podem participar nas mesmas, e onde podem saber mais são algumas das perguntas que ocupam o guião de dúvidas. Os vários objetos que os núcleos dispõem sobre as várias mesas vão despertando a curiosidade e fazendo-os parar simultaneamente. O foco de atenção durante a tour varia mediante as àreas que cada um escolheu, mas o protótipo desenvolvido pela FST Lisboa, o carro elétrico de Formula Student, e que está exposto logo à entrada, tende a raptar a atenção da maioria.
Encontramos Carolina Rodrigues junto do Núcleo de Engenharia Biológica do Técnico, a área em que a nova aluna escolheu como primeira opção. Poder fazer investigação sempre foi algo que a fascinou e daí a escolha incontornável. Perante isto, o Técnico “tornou-se a opção ideal para estudar na área e para manter o nível de exigência que quero para mim”, afirma. “Vai ser preciso muita determinação, paciência e paixão para singrar aqui”, antecipa. Durante o dia e também pelo ano que se segue, Carolina vai ter Francisco Marques como companheiro, afinal ele foi outro dos alunos que este ano ingressou no Mestrado Integrado em Engenharia Biológica. A diversidade de cadeiras que pode encontrar no Técnico atraiu-o de imediato. Agora que cá está “e numa escola cheia de geniozinhos”, como a define, “é preciso ter coragem, trabalhar muito e dedicar-me a toda a hora”, diz. “Bom, espero que também não seja preciso a todas as horas”, solta.
Os relatos de conhecidos e amigos ajudam em muito a cimentar opiniões acerca do Técnico. No caso de Constança Brito, nova aluna do Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica, os relatos da irmã, também ela aluna do Técnico, deixaram-na algo receosa. “O primeiro ano foi muito difícil para ela”. Mesmo assim não hesitou em vir, “porque não há como não querer vir para o Técnico”. Engenharia Mecânica não foi uma convicção desde sempre, mas a diversidade da área, e o gosto pelas energias renováveis acabou por tornar o curso a sua primeira opção. “Mas pronto sei que vai ser preciso muito esforço, persistência, e alguns superpoderes”, brinca a aluna.“Espero sobreviver, e que pelo menos todos os dias sejam tão bons como hoje”, frisa Constança.