As cerimónias de assinatura de contratos de bolsa contam sempre uma história sobre a capacidade de dar, mas também de saber receber. Às vezes a expressão “não há palavras” chega para medir o impacto de um apoio que é de facto indizível, mas cuja dimensão se decifra nas expressões de quem o recebe. Foi assim, em mais um destes eventos, esta segunda-feira, 10 de maio, que oficializou o apoio aos 8 bolseiros do programa de bolsas Engenheiro Augusto Ramalho-Rosa.
Cíntia Gomes e Rúben Batista conquistam este apoio pela primeira vez, já os outros 6 bolseiros – Bernardo Menezes, Lucas Nabais, Renato Neves, Rodrigo Pedroso, Tomás Oliveira e Xavier Ferreira- renovam o contrato de bolsa. Todos os beneficiários deste programa são alunos do curso de Engenharia Civil – como o mecenas e antigo aluno do Técnico que dá nome ao fundo.
Após felicitar os bolseiros, o vice-presidente do Técnico para os Assuntos Académicos, professor Alexandre Francisco, destacou a relevância destas iniciativas que são “muito importantes para nós. Técnico, e em particular para os nossos bolseiros”, que são “reconhecidos pelo seu mérito e pelo esforço que fazem no seu percurso académico”, agradecendo à família mecenas pela iniciativa “de premiar e ajudar os nossos alunos”.
Também os bolseiros expressaram a sua gratidão, vincando o impacto destas bolsas no percurso académico, na sua estabilidade financeira e no seu rendimento escolar. A vontade de retribuir, de “ser melhor” foi sendo partilhada em cada uma das intervenções. “Depois da atribuição da bolsa as coisas foram muito mais pacíficas, por isso quero mais uma vez agradecer aos mecenas por reconhecerem o meu potencial”, vincou Xavier Ferreira.
Tomás Oliveira reiterava os agradecimentos, destacando as aprendizagens que estão também acopladas ao apoio, nomeadamente no exercício das horas e voluntariado que os bolseiros têm que cumprir. “O voluntariado ajuda-me, como aluno, como ser humano, a perceber a realidade das outras pessoas. E traz-me uma responsabilidade que me ajuda nas notas, a focar-me, para ter os melhores resultados possíveis”.
Apesar de não poderem afirmar com o mesmo conhecimento de causa o impacto destas bolsas, os novos bolseiros já o perspetivam. “Sinto-me agradecida e lisonjeada por ter esta beneficiária desta bolsa. Sou uma aluna deslocada, em Lisboa tenho bastantes gastos. Com esta bolsa consigo ter um grande alívio financeiro e tornar-me mais independente. Estou bastante mais motivada e com vontade de ser ainda melhor no que faço”, destacou Cíntia Gomes.
“É uma grande honra, é algo que faz toda a diferença para poder continuar a estudar e conseguir terminar o curso, ainda para mais num ano como este com tantas dificuldades. Estou focado em retribuir essa confiança e o apoio que me foi dado, o que também será mais fácil agora, visto que posso apenas concentrar-me nos estudos. Obrigada a todas as pessoas que tornam estas oportunidades possíveis”, disse, por sua vez, Rúben Batista.
“Este é sempre um momento emocionante para nós porque de facto reconhecemos a diferença que este apoio faz nas vossas vidas”, começava por salientar, visivelmente emocionada, a doutora Rita Schreck, um dos membros da família de mecenas. “O Técnico é uma instituição fabulosa, o meu pai dizia-o muitas vezes, e só temos que agradecer o empenho e o esforço que vocês fazem e que nós reconhecemos. Podem contar connosco no que pudermos ajudar”, vincou, lembrando que o grande foco do fundo é mesmo “ajudar, facilitar a vida aos estudantes para ficarem focados nos estudos”. A mecenas não terminaria sem expor a sua convicção de que o futuro será “com certeza bem sucedido” para estes alunos “porque percebem o que é o esforço para alcançar um objetivo tão importante, como é este de finalizar o Técnico”.
A cerimónia contou ainda, e como sempre, com a equipa do Núcleo de Desenvolvimento Académico (NDA)– que promove não só o evento como acompanha todo o processo de atribuição de bolsas, mas também com representantes do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos (DECivil), o coordenador do mestrado em Engenharia Civil, professor António Pinto da Costa, e o presidente do DECivil, professor Jorge Brito.
Os dois docentes demonstraram também o reconhecimento e gratidão, em nome Departamento, por esta ação benemérita da família Ramalho-Rosa. “O impacto do gesto de patrocinar bolsas de estudo vai muito para além do pagamento da bolsa, psicologicamente não há nada de mais motivador do que a perseguição de um objetivo e não há nada que promova mais a autoconfiança do que a realização de um sonho”, sublinhava o professor António Pinto da Costa.
Este é o 4.º ano consecutivo em que o programa de bolsas Engenheiro Augusto Ramalho-Rosa apoia estudantes da Escola, e no total já conseguiu impactar a vida de 11 estudantes.