A competição desta sexta-feira, 16 de março, era igual a tantas outras em que a Security Team do Técnico (STT) se vê envolvida quase semana sim, semana sim. Durante longas horas, às vezes dias, são só eles, os computadores e mais umas centenas de pessoas do outro lado do ecrã, a disputar uma espécie de ciberguerra, onde nunca são demais as mãos para defender e qualquer distração é aproveitada para atacar. Uma competição frenética que coloca frente a frente as melhores equipas de segurança informática do mundo, e a que nem o Presidente da República (PR) quis faltar.
Quando Marcelo Rebelo de Sousa apareceu já a competição ia a meio. Os STT já tinham estado em 11º, em 27º e no momento em que o PR chegou preparavam-se para uma nova ronda da competição. Curioso e com o entusiasmo que lhe é característico, o chefe de Estado colocou diversas questões que rapidamente iam sendo saciadas pelo professor Pedro Adão, coordenador da equipa. O número de raparigas na equipa, os anos a que pertencem os alunos que a integram, a frequência com que competem, os rankings mundiais e as nacionalidades dos principais adversários da STT foram o foco das questões lançadas. “Trezentas equipas em competição?” questionava com admiração o PR. “Então estarmos em 20º neste momento é ótimo!”, frisava de seguida.
“É destas questões de cibersegurança que se fala todos os dias, e estes jovens estão a preparar-se para isso, para estarem à altura dos desafios que se colocam hoje em dia a todos nós. Eles estão em competição com o que há de melhor no mundo”, destacava Marcelo Rebelo de Sousa. No meio da agitação que naturalmente se gerou , a competição continuava, e os cerca de 30 alunos não descuravam o jogo apesar da tão prestigiada audiência. De vez em quando lá tiravam os olhos do ecrã para saciar a curiosidade e retribuir os sorrisos que Marcelo Rebelo de Sousa ia distribuindo. Foi assim durante os cerca de 20 minutos que durou a visita e que não terminou sem a famosa selfie. Perderam-se uns minutos, mas somou-se motivação. “Já ganhamos, pronto”, dizia o professor Pedro Adão, e mal ele sabia o quão verdadeira se tornaria esta sua deixa.
Animados, e ainda com algumas horas de competição pela frente, os STT voltam ao ataque. O professor Pedro Adão definia o momento que acabara de terminar como “algo muito interessante e uma prova de um reconhecimento do trabalho que é feito há cerca de três anos e que é valorizado não só pela escola, mas também pelas entidades civis”. Sobre a possibilidade desta inédita visita se assumir como um bom presságio para uma possível vitória, o professor preferia não entrar em positivismos extremos e afirmava que era “mesmo muito difícil ganhar, há especificidades muito grandes neste tipo de competição, as equipas russas são muito boas. Eu ficaria extremamente contente de ficar no top 20, era extremamente positivo”.
Umas horas depois, além do e-mail que difundia a famosa selfie, invadia os computadores a mensagem de uma classificação que soube a vitória: os STT ficaram pela primeira vez no top-10 numa competição de Ataque-Defesa, terminando no 9º lugar na iCTF2018. É caso para dizer que não podiam ter ficado melhor na fotografia.