Campus e Comunidade

O que espera a Geração Z do Técnico

Aprendizagem, inovação e preparação para o mercado de trabalho são algumas das mais-valias que os recém-chegados estudantes esperam que a passagem pela Escola lhes ofereça.

A maioria dos novos alunos do Técnico nasceu em 2000, quando o Google estava a dar os primeiros passos. Fazem parte da chamada Geração Z. A maioria não sabe o que é o mundo sem computador, smartphones e sobretudo sem wi-fi. Não imaginam o que é não ter a informação à distância de um clique, são fãs do imediato, valorizam tudo o que está online e são extremamente abertos à mudança. Quisemos saber o que esperam do Técnico estes jovens adeptos da exigência.

“Daquilo que li e me disseram é a melhor Escola de Engenharia do país, e se é para tirar um curso que seja com os melhores”, declara com toda a convicção e logo no início da conversa, Rita Magalhães, nova aluna de Engenharia Mecânica. Não se revê nas supostas caraterísticas da chamada Geração Z, mas uma delas não lhe passa ao lado: a exigência. “E talvez seja por isso que estou aqui, estou à espera que o Técnico tenha capacidade para nos dar o melhor”, declara. Ao seu lado Miguel Eugénio que entrou no mesmo curso vai abanando a cabeça em jeito de concordância. Teve desde cedo como foco a entrada no Técnico, a incentivá-lo estava a irmã também aluna da instituição e que sempre lhe disse “maravilhas em relação ao ensino que se pratica na Escola”. Também não se acha um “viciado no telemóvel”, mas confessa que tem as suas exigências digitais. “Claro que estou à espera de um ensino moderno, adaptado aos nossos ritmos e necessidades, mas mais do que isso estou à espera que me dê oportunidades, e isso aqui ou lá fora sei que dará”, afirma o recente aluno do Técnico.

Engenharia Biológica foi uma forma de Catarina Choupinha juntar o seu gosto pela Biologia e pela Química. Esta foi a sua primeira opção no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, e não nega que gosta do peso de “estudar numa das melhores escolas de Engenharia da Europa”. Ainda assim e apesar de todas as certezas, não se candidatou, claro, sem dar uma espreitadela às redes sociais do Técnico: “Sim fui ver, e gostei do facto de serem informativas, de darem uma noção do que se faz aqui”, destaca. Também em Engenharia Biológica e como primeira opção entrou Tomás Vale. Sabe o que quer fazer no futuro e a escolha fui feita mediante isso mesmo: “A minha prima estudou Engenharia Biológica e hoje em dia faz investigação. É isso que quero para mim”. Pela convicção com que pontua tudo o que diz, questionamos de imediato as expectativas que tem em relação aos próximos meses e a resposta é curta e direta: “aprender”. Apesar de não se achar um dito “nativo digital”, de dispensar o uso do telemóvel, não nega que “a minha geração se sente atraída pela tecnologia, pelo digital, por tudo o que é mais prático e imediato”. “Mas honestamente pela quantidade de coisas que acabei de ver que os Núcleos de Alunos fazem, e pelas ideias relacionadas à tecnologia que saem do Técnico não acho que a Escola não esteja também no topo nesse aspeto”, refere imediatamente a seguir. A mentora ao seu lado apressa-se a comentar: “Há coisas e coisas na verdade. Toda a gente gosta das aulas de matemática dadas nos anfiteatros e dos exercícios resolvidos no quadro de ardósia, mas também achamos imensa piada quando temos um equipamento de ponta nos nossos laboratórios”.

Desde criança que João Reis sempre quis ir para a Marinha, o facto de não ter conseguido entrar trouxe-o até ao Técnico, “o mais próximo que existe do meu sonho é Engenharia Naval e Oceânica”, como frisa. Esta nova etapa está a ser um “bocadinho distinta” do ambiente a que estava habituado, mas “bastante aliciante”. Para o ano lectivo que agora começa tem imensas ideias em mente, uma delas é envolver-se no projeto do Técnico Solar Boat que conheceu há minutos e pelo qual ficou fascinado. “O que espero que o Técnico tenha para me oferecer acima de tudo é conhecimento. Não é só o Técnico que tem que se adaptar a nós, nós também temos que nos adaptar à Escola, às especificidades dos cursos”, frisa. “Acho que a minha geração é focada, e queremos continuar a ser bons, estamos aqui para isso, e se pensarmos que falta algo vamos procurar mostrar isso a quem de direito”, assegura João Reis.

No decorrer das conversas, e de algum tempo de observação, há muitas conclusões possíveis acerca desta nova geração que invade desde segunda-feira os corredores de ambos os campi : são decididos, destemidos, informados, não pensam muito no futuro, sabem o que querem, e neste momento o que mais querem é viver o Técnico. E bom, antes de mais, há que registar isso com uma selfie.