“São alunos brilhantes”, têm “um papel importante, e mesmo a obrigação de intervir na sociedade civil”, afirmava Francisco Pinto Balsemão, presidente do conselho de administração do grupo Impresa e júri do Primus Inter Pares, na gala que anunciou os vencedores do galardão. No lote dos brilhantes estudantes a que se referia estão, pois, dois alunos do Técnico, Nuno Calejo e Daniel Costa donos do 3.º e 4.º lugar, respetivamente, na edição 2019 deste galardão.
Daniel Costa, aluno de Engenharia Física Tecnológica, e Nuno Calejo, aluno de Engenharia Aeroespacial, vêem a gestão como uma área chave. Ingressaram no Técnico atraídos pela engenharia, um gosto que foram aprimorando ao longo dos anos e com o conhecimento adquirido. Ainda assim, não desvalorizam a importância dos conhecimentos em ambas as áreas e da ligação entre elas. “Sinto que é através da Gestão que a Engenharia e a Ciência se podem ligar à sociedade e criar valor económico. O progresso tecnológico e o crescimento económico estão intimamente ligados”, refere Nuno Calejo. Por sua vez, Daniel Costa partilha da ideia que num mundo cada vez mais tecnológico os gestores precisam saber de engenharia. “Como é que se pode gerir uma firma tecnológica sem se compreender a tecnologia?”, questiona. Foi esta perceção do complemento que querem dar aos seus currículos que os levou a candidatarem-se ao Primus Inter Pares.
“Mais do que útil, considero [o background de engenharia] essencial”, afirma Nuno Calejo. “Considero crucial que um gestor que tenha poder numa empresa possua conhecimentos de engenharia e que consiga ter capacidade de entender os princípios científicos que levam ao funcionamento das coisas, pois apenas assim poderá tirar partido dos recursos da empresa e conseguir levá-la a atingir todo o seu potencial”, adiciona de seguida. Por tudo isto considera que a escolha de Engenharia Aeroespacial, que qualifica como muito abrangente, foi uma escolha acertada para o futuro de líder que almeja.
Depois de se candidatarem ao Primus Inter Pares, os dois alunos do Técnico e todos os outros candidatos tiveram que passar por várias fases de seleção, até se chegar ao grupo de cinco finalistas. “Tivemos desde situações em que era exigido trabalho em equipa, até às situações em que era necessário ter um pensamento ‘fora da caixa’, explica Nuno Calejo. “Todos os desafios que nos foram propostos ao longo do percurso no prémio foram bastante interessantes e deu-me imenso gosto resolvê-los”, denota, posteriormente. Por sua vez, Daniel Costa aponta “a entrevista com o júri” como o momento mais desafiante que teve que enfrentar ao longo da competição. Ciente das qualidades dos outros cinco finalistas, assume que superou as expetativas que tinhas, garantindo ainda que “foi uma vitória ter chegado até aqui”. O aluno do Técnico arrebatou o 4.º lugar do concurso juntamente a finalista do mestrado de Engenharia e Gestão Industrial na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Catarina Marques. Os dois jovens terão oportunidade de tirar gratuitamente um curso de pós-graduação no ISEG.
O dono do 3.º lugar do pódio desta competição não partiu com muitas expetativas e foi percebendo ao longo do tempo o valor dos restantes participantes, alguns deles com “perfil e uma educação que também estava dirigida para o perfil procurado: o de um líder”. Com o desenrolar da competição conseguiu também vislumbrar o valor alocado nos alunos de engenharia, que se foram destacando em algumas provas. “Nesses momentos confirmei a minha crença de que um aluno de engenharia também pode ter o perfil de um gestor e de um líder, com a adição dos conhecimentos tecnológicos”. No balanço da iniciativa, Nuno Calejo, não desmente que “ambicionava ter vencido o primeiro prémio”, mas rapidamente enfatiza a oportunidade que lhe chegou com o pódio: “ter a oportunidade de fazer um MBA já é muito positivo, para além de todo o prestígio que é ocupar um lugar no pódio”.
Prestes a entregarem as respectivas teses de mestrado os dois alunos, que tão bem representaram o Técnico nesta iniciativa do jornal Expresso e do banco Santander Totta, não adiantam grandes planos para o futuro, a não ser os de terminar com sucesso esta etapa. “Ainda estou a ponderar o futuro”, assume Daniel Costa. Obtemos uma resposta similar da parte de Nuno Camejo, mas ainda assim, o aluno de Aeroespacial adianta que pretende fazer o MBA que venceu em breve. “Será um complemento excelente para a formação de engenharia que tenho e contribuirá, certamente, para atingir aquela que é a minha ambição futura de liderar uma equipa de tecnologia”, declara. De uma coisa, Nuno Camejo, está convicto: “o conjunto de todas estas oportunidades que o Técnico me proporcionou, leva a que agora, às portas da conclusão do curso, me sinta confiante que tenho as ferramentas que necessito para seguir o percurso que ambiciono”.