Campus e Comunidade

Projeto SILICE: uma plataforma de ideias de inovação social e de cooperação internacional

O Instituto Superior Técnico foi um dos parceiros do consórcio por detrás deste projeto co-financiado pelo Programa Erasmus+ da União Europeia.

Ao longo dos três anos em que se desenrolou,  o projeto SILICE assumiu-se como uma sólida rede colaborativa que permitiu desenvolver múltiplas e fortes sinergias em torno de projetos ligados à temática da inovação social. Alguns meses após o término do projeto, o balanço não podia ser mais positivo e um dos principais frutos do projeto – a criação de Laboratórios de Inovação Social (SinnoLABs)- corrobora a sensação de dever cumprido. O Instituto Superior Técnico foi um dos parceiros do consórcio por detrás do SILICE e desempenhou um papel substancial no cumprimento de uma das principais arestas do projeto: a formação.

Quando o projeto se iniciou os objetivos das  14 Instituições de Ensino superior (IES)envolvidas eram claros e passavam de modo geral por gerar inovação social, e de forma particular por: criar melhores competências em empreendedorismo social através de métodos de ensino renovados; aumentar a qualidade da educação nas IES, no que diz respeito à preparação de mais licenciados para o mercado de trabalho; capacitar os trabalhadores do setor público e privado interessados em inovação social, bem como prestar serviços para outras organizações; e ainda ampliar o número de empreendimentos sociais inovadores em Israel e na Índia, criando um caminho para o crescimento económico sustentável.

O projeto SILICE desenvolveu uma plataforma open-source que promove ideias de inovação social e cooperação internacional a nível regional entre a União Europeia, Israel e Índia. Talvez o resultado mais visível  e produtivo do projeto tenha sido a criação, equipamento e a conexão de uma rede de 9 centros criativos (SinnoLABs) que apoiam as ideias de estudantes e investigadores, que potencialmente podem chegar ao mercado de trabalho, como produtos socialmente benéficos através do empreendedorismo social e da inovação social.

A representar o Instituto Superior Técnico neste projeto estiveram os professores Luís Miguel Silveira e Miguel Amaral, as professora Fátima Montemor e Ana Carvalho, e os funcionários não docentes, Rui Mendes, Ana Agante Lucas. Os objetivos do Técnico passavam essencialmente por dar formação aos parceiros indianos e israelitas e foi nesse sentido que o professor Miguel Amaral, docente do Departamento de Engenharia e Gestão Industrial (DEG) foi desafiado a integrar o projeto, acabando por envolver também a  colega de departamento, e especialista nesta temática, a professora Ana Carvalho. “O SILICE assentava na criação de conteúdos e formação de professores e de gestores académicos. O objetivo era gerar e agregar o conhecimento necessário para que os diversos Sinnolabs pudessem ser criados de forma sólida nos principais países promotores do Projeto”, começa por dizer o professor Miguel Amaral.

Evidenciando a importância dos Sinnolabs enquanto “espaços de criação, desenvolvimento de produtos, de projetos educativos e iniciativas empreendedoras com forte impacto, essencialmente junto de comunidades mais vulneráveis”, o professor Miguel Amaral, docente do Departamento de Engenharia e Gestão do Técnico, explica que a criação destes laboratórios nas universidades israelitas e indianas “era, de facto, o principal objetivo do projeto”.  “Penso que todos os Sinnolabs criados em Israel e na Índia conseguiram gerar uma dinâmica muito positiva tanto junto das diversas comunidades académicas envolvidas, como das comunidades locais”, refere ainda o docente do DEG. Os resultados e configuração de cada um destes laboratórios são diversos e podem ser conhecidos em detalhe no site do projeto.

O SILICE acabou por ser, como partilha o professor Miguel Amaral, a “motivação adicional para a criação do Laboratório de Inovação Social no Técnico, por mim e pela minha colega Ana Carvalho”. “O laboratório permitiu-nos colmatar uma lacuna que existia na nossa escola e, simultaneamente, fazer convergir vários dos nossos interesses e atividades desenvolvidas ao longo de vários anos enquanto docentes e investigadores”, afirma o docente.

Ainda que o envolvimento de alunos nas atividades não fosse uma das metas a atingir no Técnico, o professor Miguel Amaral garante “o nosso grande envolvimento e entusiasmo com o SILICE levou-nos desenvolver atividades também com os nossos alunos, nomeadamente nas UC de Empreendedorismo de Base Tecnológica e Gestão Industrial e Ambiente”.

Para o professor Miguel Amaral, “ter feito parte do projeto e contribuído para que várias universidades no mundo tenham conseguido operacionalizar os Sinnolabs, envolvendo centenas de alunos, professores, gestores, empreendedores, criando cursos, produtos, tecnologias, empresas, etc., é muito gratificante”. “Em específico, eu e a Ana Carvalho estamos também bastante orgulhosos por termos conseguido fundar o SILAB no Técnico”, reitera ainda o docente do DEG.

Os resultados conquistados pelo Laboratório de Inovação social do Técnico( SILAB) em apenas um ano e meio de funcionamento são também eles dignos de realce. “Conseguimos o envolvimento de muitos alunos no desenvolvimento de inovações frugais e projetos com impacto social. Fizemos ligações institucionais importantes com organizações, várias universidades em países como EUA, Índia, Holanda, Israel, Portugal, etc”, enumera o docente. Neste ainda curso percurso, o SILAB tem somado apoios e servido de pilar a promissoras ideias, sendo um dos Projetos de  Inovação Pedagógica(PIP) apoiados pelo Conselho Pedagógico do Técnico, contando com um patrocínio do BPI para desenvolver um prémio de inovação social, e estando na génese de diversos projetos de impacto social desenvolvidos alunos da escola. “No início deste ano, conseguimos também levar alunos à Índia para participarem numa ‘Escola de verão’ desenvolvida com parceiros locais onde os alunos tiveram a oportunidade de trabalhar no terreno e ver o impacto direto das ideias e soluções que desenvolveram no SILAB’, partilha, ainda, o professor Miguel Amaral.

Apesar de o projeto ter terminado, o professor Miguel Amaral garante que para além do mesmo “ficou uma rede de parcerias internacionais muito forte”. “Mantemos um contacto regular e há vários “spillovers” e ideias em curso que, com toda a certeza, serão operacionalizadas no futuro”, sublinha o docente.

 

Mais informações sobre o projeto.